Claras de ovos, açúcar de confeiteiro e farinha de amêndoas. Essa é a receita base dos macarons, delicados e saborosos biscoitinhos recheados que dão o que falar no mundo todo. Por aqui, a delícia começa a se tornar obrigatória em festas que se prezam e nas mesas de bom gosto. Só para se ter uma idéia, na Douce France, requintada pâtisserie de São Paulo, são vendidos 60 mil macarons por ano. Por conta da enorme aceitação, o chef Fabrice Lenud, dono do lugar, está ministrando aulas e workshops para ensinar a arte de fazer um bom macaron em vários Estados, como Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina. “No último ano, a procura aumentou muito”, afirma Lenud.

O biscoitinho é tradicionalmente servido em uma degustação de chá da tarde, coffee break, ou mesmo na maternidade, como mimo oferecido aos visitantes para comemorar a vinda do bebê. Outra dica é servir o macaron em coquetéis, acompanhado de champanhe. Por seu caráter elegante, ele substitui sem deixar a desejar outros agrados, como as trufas, que podem manchar um traje de gala. Independentemente da ocasião, a iguaria exige um ambiente à altura. No restaurante Laurent, em São Paulo, por exemplo, o chef Laurent Suaudeau prepara uma deslumbrante mesa de chá, com porcelanas francesas, bien sur, para servir a guloseima. Nas suas mãos, o quitute ganha recheios diferenciados. “Os mais apreciados são os de maracujá, pistache e de cupuaçu-chocolate”, conta. No Rio de Janeiro, por causa das temperaturas elevadas, o chá não faz sucesso. No entanto, o macaron se tornou bem-vindo do mesmo jeito. Em Ipanema, no restaurante Olivier Cozan eles fazem tanto sucesso – junto com pães, madeleines e petit fours – que o proprietário, o chef Olivier, decidiu abrir uma butique, em novembro, para vendê-los diretamente ao consumidor.

O lugar pode remeter os cariocas ao charme de Paris, a capital mundial dos macarons. Por lá, o biscoito pode ser apreciado em várias pâtisseries. Mas não há quem não se deslumbre diante da vitrine da butique Ladurée, na rua Royale, numa das áreas chiques da cidade, próxima à avenida Champs Elisée. Trata-se de um verdadeiro “templo” do macaron. Lá, eles são exibidos em delicadas caixas, como as que carregam os objetos mais finos. A boîte Bayadère, com 28 macarons, sai por 33 euros. Um dos segredos do sabor inesquecível
do biscoitinho vendido na Ladurée é o fato de a delícia ser preparada diariamente, o que permite que esteja sempre fresquinha.