No embalo do filme Cazuza – o tempo não pára e no calor da nova onda roqueira, Roberto Frejat e seus companheiros do Barão Vermelho – Guto Goffi (bateria), Fernando Magalhães (guitarra e vocais), Rodrigo Santos (baixo e vocais) e Peninha (percurssão) – estão de novo na estrada, depois de quatro anos de separação. O retorno é marcado pelo disco de estúdio Barão Vermelho, o 15º da carreira. “Voltamos a ensaiar e a compor a partir de janeiro deste ano”, afirma Frejat, que vinha de uma bem-sucedida carreira solo. Produzido por Ezequiel Neves e Tom Capone, morto em setembro, o CD soa completamente diferente dos anteriores, especialmente Puro êxtase, voltado para as experimentações eletrônicas. O furor juvenil, provocado pelo reencontro de quem se gosta e não se vê há tempos, marca o trabalho. “Fomos atrás de nossas raízes”, explica Frejat.

A sensação é confirmada logo no início, em Cara a cara e Cuidado, atravessadas
por guitarras sujas e cruas. Canções mais leves, ainda marcadas pela levada roqueira, surgem na sequência, caso da romântica Mais perto do sol, de refrão grudento, e de A chave da porta da frente, bem latina. Na linha baladeira, aparecem Pra toda vida e Cigarro aceso no braço. A atmosfera poética e rebelde ganha destaque em Embriague-se, adaptação de um poema de Charles Baudelaire, pontuada por um derbak, instrumento árabe de percussão. Com voz segura e firme, Frejat mostra que o Barão voltou e não está para brincadeira.