Misto de Joana D’Arc e Antônio Conselheiro, Jacobina Mentz (Letícia Spiller), protagonista de A paixão de Jacobina (2002), liderou uma revolta em 1871 na região de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Os Mucker, como ficaram conhecidos seus seguidores, eram colonos alemães que formaram uma seita dissidente da igreja luterana. Desprezavam o dinheiro, trabalhavam em regime comunitário e beijavam-se na boca, para horror dos contemporâneos. Chegaram a somar 500 pessoas em seu apogeu – quando foram dizimados pelo Exército imperial não superavam 150. Baseado no livro Videiras de cristal, de Luiz Antonio de Assis Brasil, o diretor Fábio Barreto, de O quatrilho, conta a história dessa mulher que sofria de desmaios desde criança, dizia conversar com Cristo, mas tinha uma sensualidade à flor da pele. O que a levou a trair o marido, o curandeiro Maurer (Alexandre Paternost), com o primo Franz (Thiago Lacerda).

Essa dualidade é transmitida com muita intensidade por Letícia, que chegou a raspar os cabelos para compor o personagem. Trazendo no elenco nomes como os de Caco Ciocler, Felipe Camargo, Antonio Calloni, Talita Castro e Werner Schunemann, a produção de R$ 8,5 milhões prima pelo esmero. Para tanto, contou com direção de arte de Hélio Eichbauer, roteiro de Leopoldo Serran, fotografia de Felix Monti, figurinos de Diana Eichbauer e música de Jaques Morelenbaum. Além disso, foram empregados 103 técnicos e nada menos do que 2.500 figurantes na recriação da saga de Jacobina.


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