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Aprender com o passado é uma lição que serve para todas as áreas do conhecimento humano. Na última semana, pesquisadores dos Estados Unidos não só obtiveram algumas respostas sobre uma das maiores pragas que já atingiu a humanidade – a epidemia de gripe de 1918, quando cerca de 40 milhões de pessoas morreram no mundo – como também se surpreenderam com o que o passado revelou. Um time de cientistas de várias instituições americanas descobriu que pessoas expostas ao vírus Influenza que atacou há 90 anos ainda eram capazes de produzir anticorpos contra o microorganismo. Melhor: esses anticorpos eram eficazes para destruí- lo e de forma incrivelmente potente. O achado foi tão fabuloso que agora os estudiosos planejam produzir anticorpos semelhantes com o objetivo de combater o H5N1, outro tipo de Influenza responsável pela gripe aviária que hoje assusta o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, de 2003 até agora foram 385 casos e 243 mortes.

Toda a experiência está relatada em um artigo publicado na Nature, uma das mais importantes publicações científicas do mundo. Para o estudo, os pesquisadores coletaram amostras de sangue de 32 indivíduos com idade entre 92 e 102 anos que foram expostos ao vírus em 1918. Eles ficaram surpresos com o poder dos anticorpos produzidos. "Foi incrível constatar que eles destruíam o Influenza de maneira poderosa", afirmou James Crowe, coordenador do trabalho (leia mais detalhes no quadro abaixo).

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O vírus usado é resultado de uma recriação feita com base no material genético de sobreviventes. Amostras ficam guardadas no laboratório de segurança máxima do Centro de Controle de Doenças, nos EUA. Os cientistas agora querem conhecer mais detalhes sobre os anticorpos e usá-los na criação de moléculas contra o H5N1 ou qualquer outro tipo de Influenza que venha aterrorizar a humanidade novamente.