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Editora Cilene Pereira explica em vídeo a vacina adesivo. Confira no player acima

 

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Um experimento descrito na edição online da “Nature Medicine”, uma das publicações científicas mais renomadas do mundo, abre um novo capítulo na história das vacinas. Pesquisadores da Emory University e do Georgia Institute of Technology, nos Estados Unidos, anunciaram ter criado a primeira vacina adesivo do mundo. Além de ser muito fácil de ser aplicado, o medicamento pode se tornar uma ótima alternativa para quem tem medo de injeção.

Para desenvolver a novidade, os pesquisadores inspiraram-se nos adesivos disponíveis atualmente – há para o controle do tabagismo e anticoncepcionais neste formato, por exemplo. A diferença é que eles queriam um produto que liberasse a substância ativa contra um vírus ou bactéria mais rapidamente, e não de forma prolongada, como em geral fazem os adesivos convencionais.

“As cobaias vacinadas com o adesivo tiveram uma resposta imunológica contra o vírus mais rápida do que as vacinadas com as agulhas”
Mark Prausnitz, professor do Georgia Institute of Technology

A solução foi confeccionar um modelo que contivesse o que os cientistas batizaram de “microagulhas”, na verdade pontas feitas com o mesmo material capazes de aderir à pele, sem provocar a dor causada pela entrada da agulha. Tra­ta-se de um molde, feito com de um material seguro à saúde, que contém 100 das tais “microagulhas”, todas elas preenchidas com uma solução na qual estava presente o composto ativo da vacina contra o Influenza, o vírus causador da gripe (leia mais no quadro).

Os testes foram realizados em cobaias, divididas em três grupos. O primeiro recebeu a imunização com a vacina adesivo. O segundo, com a vacina tradicional, com agulha. E no último foram utilizados adesivos que não continham substância ativa. Um mês após a vacinação, todas as cobaias foram expostas ao Influenza. Os resultados animaram os pesquisadores. “Os animais nos quais a vacina adesivo foi usada mantiveram-se saudáveis”, disse Mark Prausnitz, professor do Georgia Institute of Technology e um dos responsáveis pela experiência. Três meses depois, eles foram novamente expostos, e as respostas foram igualmente promissoras. “As cobaias vacinadas com o adesivo tiveram uma resposta imunológica contra o vírus mais rápida do que as vacinadas com as agulhas”, complementou.

A principal meta é oferecer à população um método de imunização fácil e acessível a todos. “Para usar a vacina adesivo, não é preciso ser um profissional de saúde”, explicou Prausnitz. “Qualquer pessoa pode aplicar, inclusive em si mesma.”

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