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Rubens Barrichello (Williams) pediu nesta quinta-feira (29), em Budapest, que não sejam permitidas as ordens de escuderia como as que a Ferrari deu a seu compatriota Felipe Massa e que facilitaram no domingo passado (25) a vitória do espanhol Fernando Alonso na Alemanha.

"Acho que é preciso fazer algo para acabar com isso. Isso, no fim do dia, pode virar um drama", explicou Barrichello em uma coletiva de imprensa em Budapest, onde, no próximo domingo (1º), será disputado o Grande Prêmio da Hungria.

No GP da Alemanha, no domingo passado, Massa, que liderava a corrida, recebeu uma mensagem de rádio de um membro de sua equipe dizendo: "Fernando está más rápido que você. Pode confirmar que entendeu a mensagem?".

O brasileiro então freou e mudou de marcha, o que permitiu que o espanhol passasse à frente e vencesse a corrida. "Quando você corre, você quer vencer seu companheiro de equipe. Mas não me sentiria bem se me dissessem: ‘Te dou algo se você for mais rápido que seu companheiro’. Não gosto disso. Por isso tive que fazer algumas mudanças em minha vida", afirmou Barrichello.

Ele também se declarou muito triste com o que aconteceu com Massa.

Experiência

Rubinho teve uma experiência pessoal com essas ordens de equipe durante sua etapa como o segundo piloto da Ferrari (2000-2005), à sombra do alemão Michael Schumacher.

Naquela época, obedeceu a várias ordens a favor de seu companheiro, que levaram a Federação Internacional do Automóvel (FIA) a proibir as instruções desse tipo.

O caso de maior destaque foi o do GP de 2002, quando Barrichello se deixou ultrapassar por Schumacher sob as vaias de um público indignado.

Alonso

Sobre a polêmica, Fernando Alonso afirmou que é mais um funcionário da Ferrari e que deve fidelidade à equipe, um dia antes do início dos treinos livres para o GP da Hungria.

"Sabemos que trabalhamos para a Ferrari. As coisas estão muito claras, há muito tempo, conversamos com Luca Di Montezemolo (presidente da Fiat), com Stefano (Domenicali, diretor da Ferrari). E sabemos que a Ferrari está acima de todos os pilotos", ressaltou.
"Há quase 600 pessoas em Maranello (sede da Ferrari) que levantam de manhã cedo e que voltam para casa às dez da noite para termos peças um pouco mais leves, um pouco melhores, para o carro, com um mesmo objetivo: sermos campeões mundiais. Nós, os pilotos, não somos diferentes. Sabemos das expectativas que há com nossos carros e também da responsabilidade", disse.

O piloto asturiano insistiu também que sua relação com Massa é boa, inclusive depois do incidente no circuito de Hockenheim.
"Conversei com Felipe. Uma coisa é certa: entre todas as equipes de ponta, os pilotos que se entendem melhor são de longe Felipe e eu", afirmou, negando-se a responder diretamente se ele se sacrificaria por Massa nas mesmas circunstâncias.