UNIFORME A tecnologia é aliada na luta por milésimos de segundo

Na busca por medalhas e recordes nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, os atletas brasileiros de esportes aquáticos ganharam um importante aliado: a tecnologia. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) apresentou, na terça-feira 19, os uniformes de performance e treinamento que serão usados pelos competidores da natação, maratona aquática, saltos ornamentais, nado sincronizado, pólo aquático, vela e pentatlo moderno.

As vestes da natação e maratona aquática cobrem grande parte do corpo e são feitas predominantemente com um tecido inspirado na aspereza dos dentículos dérmicos de um tubarão, especialmente desenvolvido para reduzir o atrito dos atletas com a água. Um segundo tipo de tecido, mais elástico, é utilizado em áreas articuladas para garantir maior liberdade aos movimentos. Essa é a segunda geração da roupa, batizada comercialmente pela Speedo de fastskin ("pelerápida"). A empresa diz que investiu US$ 50 milhões ao longo de oito anos de pesquisas, que incluíram a utilização de técnicas de engenharia espacial e até da indústria cinematográfica.

A revolução dos maiôs ultratecnológicos começou na Olimpíada de Sydney, no ano 2000. Nas piscinas, os atletas que utilizavam a novidade conquistaram mais de 80% das medalhas em disputa e foram responsáveis por 13 dos 15 novos recordes mundiais estabelecidos na Austrália. Hoje, praticamente todos os nadadores de ponta aderiram aos maiôs. "A roupa pode ser decisiva, é como uma segunda pele. Treinamos para baixar os tempos em milésimos de segundo. A diferença entre ganhar a medalha de ouro ou ficar com a de prata às vezes é de um centésimo", afirma Poliana Okimoto, que disputará os 800 metros livres e a maratona aquática no Pan. O contrato da Speedo com o COB vai até a Olimpíada de Pequim, em agosto de 2008, quando a terceira geração das "peles-rápidas" já deve estar à disposição dos atletas – ou seja: ainda menos atrito e provavelmente mais recordes.

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