MEMÓRIA Anne narra os dias no esconderijo

Em 12 de junho de 1942, Anne Frank completou 13 anos e ganhou um diário. Ficou exultante com o presente e começou aí a contar sua história, que ficou famosa no mundo todo depois que seus escritos foram publicados, em 25 de junho de 1947. Desde então, as memórias da jovem, traduzidas em mais de 70 países, têm levado as pessoas a refletir sobre os horrores impostos pelo nazismo. E elas também ajudam jovens a discutir a importância de preservar os direitos humanos, respeitar as diferenças e assumir suas responsabilidades individuais. Com esse objetivo, a fundação holandesa Museu Anne Frank criou uma exposição – Anne Frank, uma história para hoje – que roda o planeta com fotos e documentos da jovem judia, morta em 1945 em um campo de concentração na Alemanha.

A mostra chega a São Paulo na segunda- feira 25, dia em que O diário de Anne Frank completa 60 anos. “Há seis meses estamos trabalhando para trazer a exposição nessa data. Ela conta a história de Anne, mas leva a uma discussão sobre os dias atuais, em que há tantos episódios de violência e desrespeito aos direitos humanos”, diz a holandesa Joelke Offringa, coordenadora do projeto no Brasil. São 30 painéis que, além de remeter à família Frank, explicam o Holocausto. A capital paulista é a primeira parada da exposição, que deverá percorrer o País durante três anos.

Essas fotos e documentos já foram apresentados em mais de 50 países, principalmente para jovens. Como a proposta do Museu Anne Frank é adaptar o roteiro de discussões à realidade de cada nação, no País optou-se por estimular a educação para a paz e valorizar a tolerância. Por isso, o museu e a Plataforma Brasil Holanda – que desenvolve projetos na área cultural e em responsabilidade social – levaram a mostra ao Projeto Sol, entidade que presta assistência a jovens de duas favelas na periferia de São Paulo.

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Sete jovens do Projeto Sol foram treinados pelo holandês Matthias Kail, do Museu Anne Frank, para atuar como monitores da exposição. “Eles fizeram conexões com características da sociedade em que vivem, como ódio e intolerância”, conta. Uma das histórias que chamaram a atenção foi o exemplo de solidariedade de Miep Gies. Amiga da família Frank, ela resolveu ajudá-los a se esconder. “Uma contribuição da exposição é fazer pensar sobre o que nos parece sem solução. Isso é instrutivo”, diz Joelke.


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