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Depois de ter vencido com vantagem claramente dada por seu colega de equipe Felipe Massa, o piloto da Ferrari Fernando Alonso se justificou dizendo não saber da estratégia. “Não sei o que aconteceu. Mas na saída da curva 6, vi Felipe um pouco lento e tentei ultrapassá-lo. É preciso aproveitar cada oportunidade porque é um circuito muito difícil para superar rivais", disse Alonso, durante entrevista coletiva.

A manobra aconteceu no Grande Prêmio da Alemanha, disputado no circuito de Hockenheim nesse domingo (25). Os dois pilotos da escuderia italiana fizeram uma dobradinha, com o espanhol na primeira posição e o brasileiro atrás, enquanto o alemão Sebastian Vettel ficou em terceiro lugar.

Quando estava na primeira colocação da corrida, na 49ª volta, Massa recebeu uma mensagem de um membro da equipe por rádio dizendo pausadamente: "Fernando é mais rápido do que você. Pode confirmar que entendeu a mensagem?"

Na volta seguinte o brasileiro tirou o pé do acelerador para deixar o espanhol passar. Massa retomou o seu ritmo depois e chegou em segundo. Instruções deste tipo para pilotos de uma mesma equipe são proibidas desde 2002.

Explicações

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"Há uma única oportunidade na curva 6. Ali, estava bastante perto para tentá-lo e ultrapassei o outro carro. Depois, faltavam 15 ou 20 voltas para a chegada", relatou o piloto espanhol, que se disse feliz com uma vitória que foi fruto de muito trabalho.

"Nós merecemos este resultado. Viemos aqui com algumas melhorias no carro, algumas peças novas, que parece que funcionam muito bem. Vencer uma corrida sempre é especial, fazê-lo para a Ferrari é ainda mais", emendou o piloto.

"Sim, acho que posso estar no mesmo nível. Não vejo nenhuma razão para ser pessimista antes (do GP) da Hungria. O carro foi competitivo em Valência e em Silverstone, e muito mais aqui, razão pela qual dentro de oito dias tudo deve continuar igual", explicou Alonso.

Equipes
Em reação à polêmica sobre a orientação da Ferrari para deixar Alonso ultrapassar Massa, o chefe da escuderia Red Bull, Christian Horner, lamentou a atitude da escuderia italiana – negada pelos dois pilotos -, estimando que o espanhol "não precisa que lhe deem corridas de presente".

"O que aconteceu com os Ferrari foi surpreendente, quando os dois carros trocaram de posição. Tinha a pinta de ser uma manobra da escuderia. Se foi o caso, é uma pena para a Fórmula 1 e seus fãs, que foram privados de uma disputa entre os dois pilotos da Ferrari", disse Horner.

"Fernando é um super piloto. Não precisa que lhe deem corridas de presente", disse Horner, incomodado com que o piloto espanhol tenha vencido o GP da Alemanha com uma manobra da escuderia italiana.

Punição
A Ferrari foi punida com uma multa e obrigada a comparecer ante a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A FIA não revelou a data em que a Ferrari terá de comparecer ante o comitê.

Rubinho
A situação vexatória já havia acontecido antes com um piloto brasileiro e a Ferrari. No GP da Áustria em 2002, Rubinho Barichello teve que tirar o pé do acelerador para favorecer o colega de equipe, Michael Schumacher. A ordem foi dada pela equipe por rádio. Em entrevista posterior, Rubinho afirmou que levou oito voltas para tomar a decisão. O caso se tornou emblemático e deixou a Ferrari com a imagem manchada.