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Bernard Madoff, 70 anos, autor da maior fraude financeira da história, está de mudança. Ele não poderá mais viver no suntuoso apartamento de US$ 12 milhões em Manhattan, nem em sua casa de veraneio em Palm Beach, na Flórida. Muito menos na mansão de Grand Beach Village, no Estado de Michigan, onde era tratado como rei por seus empregados. Desde a quinta-feira 12, ele só receberá correspondências no endereço da penitenciária Metropolitan Correctional Center, em Nova York, no mesmo lugar onde estão acusados de terrorismo e integrantes de quadrilhas de assalto a bancos. O golpista, responsável por um rombo próximo a US$ 65 bilhões, está neste momento em um cubículo de dois metros quadrados, sem janela e onde mal cabe uma cama de solteiro.

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Ao deixar o tribunal, após assumir seus crimes e ser condenado a uma pena que pode chegar a 150 anos, Madoff foi seguido por dezenas de fotógrafos. As imagens talvez ficarão como a cena mais marcante da atual crise financeira mundial, símbolo do fim de uma era. Em frente à corte, a decisão era comemorada aos gritos e com aplausos. Madoff foi do céu ao inferno tão rápido quanto o desmoronamento de seu esquema fraudulento, que ficou conhecido como pirâmide financeira. Horas antes de ouvir a decisão do juiz, Madoff estava em prisão domiciliar no seu apartamento em Manhattan, desde 11 de dezembro. Antes, vivia em uma suntuosa mansão no bairro Grand Beach Village, reduto dos mais endinheirados milionários do lado leste americano. Na casa de sete suítes, Madoff tinha dois motoristas, duas cozinheiras, uma professora particular para acompanhar seus exercícios matinais e oito empregadas domésticas. Agora, terá apenas um carcereiro abrindo e fechando sua cela para a refeição, a ducha fria e o banho de sol.

FOTOS: ZECA CALDEIRA; THE METROPOLITAN CORRECTIONS CENTER/AP PHOTO; STUART RAMSON/AP PHOTO