Pessoas decentes na política e no governo – sim, pasmem, elas existem, apesar de tudo que estamos vendo, elas existem – definem esses momentos de crise do País como uma viagem em um daqueles trens fantasmas dos parques de diversão. De repente, no meio da escuridão, depois de uma curva fechada… buuh!!! …como que saído do tenebroso nada, despenca no colo dos incautos passageiros um depoimento do Duda Mendonça. E com direito a muitas lágrimas e pulseiras. Haja coração! Aí vem um pouco de calma. Mas nem bem o coração começou a retomar seu ritmo normal, de repente o trem toma velocidade, faz uma curva mais fechada ainda, reentra a escuridão, o ruído aumenta e… aaaah!!!!… tome terror e adrenalina de novo!!!… Agora é Antônio Claramunt, o ameaçador doleiro Toninho da Barcelona. Depois de mais um breve trecho de calmaria e um pouco de luz, lá vem a escuridão e o susto outra vez… buuuuh!!! buuuuuh!!! buuuuuh!!!… e o trem, assombrado por um enxame de bruxas, quase bate de frente em um robusto vulto fantasmagórico todo vestido de laranja: é o Buratti depondo na polícia em Ribeirão Preto. Segura, Palocci, para não cair do trem! E tome susto. E tome adrenalina. E tome taquicardia.

Metáforas à parte, o governo vai ter que ter muito equilíbrio, bom senso e habilidade para fazer o que tem a obrigação de fazer. Ou seja, governar.