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“Alguns dizem que esvaziar Nova Orleans e outras cidades foi exagerado, mas o furacão representava um risco muito grande e passar três ou quatro dias sem conforto não é tão grave”, avaliou posteriormente Margareth O’Brien-Molina, uma das porta-vozes da Cruz Vermelha. “A evacuação foi muito melhor do que durante o Katrina. Os cidadãos saíram de forma organizada e com sua medicação.” Tudo indica que procedimentos similares terão de ser repetidos no futuro próximo, a menos que se tome uma decisão radical: transferir a cidade de lugar. Sujeita a inundações devido a sua posição em relação ao nível do mar e exposta à força devastadora de furacões, Nova Orleans deixa seus moradores sob permanente estado de tensão. Na sexta-feira 5, havia postes de eletricidade caídos por toda a cidade e o sistema de águas e esgotos, que requer o uso de bombas de extração, funcionava parcialmente. Além disso, duas outras ameaças pairavam sobre a região. Ike, um furacão de categoria 4 avançava pelas Bahamas, no Caribe. Hanna, uma forte tempestade tropical, seguia em direção aos Estados Unidos, depois de provocar a morte de 136 pessoas no Haiti. Ao passar por Porto Rico, cinco dias antes, Hanna já havia causado uma morte e o desaparecimento da estudante brasileira Fernanda Okamura Abensur, que fazia um passeio de barco por um rio.