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Nos anos 50 uma invenção afastou os espectadores das salas de cinema – foi a televisão. A solução encontrada por Hollywood resumiu-se em oferecer algo que a tevê não podia ainda proporcionar: o espetáculo das cores. Por meio do sistema technicolor, os estúdios americanos conseguiram lotar novamente as salas de cinema. Hoje, quando se assiste a uma diminuição desse público devido à popularização do DVD, da internet, dos games, celulares e pirataria, a indústria de filmes está lançando mão de nova tecnologia: a projeção em três dimensões, o 3D. No dia 10 de outubro chega às telas a animação Os mosconautas no mundo da Lua, sobre três mosquitos adolescentes que viajam ao espaço a bordo da Apolo 11. Para 2009 os estúdios já anunciam dez produções do gênero, entre elas Avatar, de James Cameron, Era do gelo 3, da Fox, e Monsters vs. aliens, da DreamWorks.

O que salta aos olhos na moderna tecnologia é a perfeição do efeito tridimensional. Lançado no mês passado com 185 cópias em versão normal e apenas nove em 3D, o filme Viagem ao centro da terra teve a sua maior arrecadação nessas nove salas especiais. Em São Paulo, o cinema da empresa Playarte que adota a tecnologia teve a freqüência aumentada em 160%. Já criou outras duas salas e exibe atualmente o filme U23D, show da banda irlandesa U2, que vem com a advertência: esse filme não sairá em DVD. Nem poderia, e esse é um dos diferenciais que os donos de cinema vêm festejando. “É uma experiência que não pode ser replicada”, diz Marcelo Bertini, presidente da exibidora Cinemark. Outro motivo de comemoração: não é possível piratear um filme em 3D. “As câmeras usadas pelos piratas não produzem o efeito que é captado pelos óculos”, diz Otelo Coltro, vice-presidente executivo da Playarte, referindo-se aos óculos especiais que permitem ao espectador ver em profundidade.

Com tantas vantagens, não surpreende o grande investimento nesse setor. Segundo Luiz Gonzaga de Luca, diretor da rede de cinemas Severiano Ribeiro, a previsão é que até 2009 existirão 70 salas do gênero no País. A Disney/Pixar já aposta no relançamento de Toy story e Toy story 2 adaptados ao formato por uma técnica que “tridimensionaliza” filmes já existentes. O filão mais explorado é o da animação, mas nada impede que tenhamos, no futuro, dramas e suspenses envolvendo o espectador por todos os lados.