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O primeiro PC (Personal Computer) surgiu em 1971. Era uma máquina de 120 m3, trancada numa sala refrigerada e operada apenas por especialistas. Somente as grandes empresas e bancos tinham acesso ao gigante. Hoje, essas relíquias repousam no The Computer Museum History Center, na Califórnia, sem nenhuma utilidade. O mesmo pode ocorrer com o seu computador de mesa daqui a alguns anos. Dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) revelam que os desktops estão sendo gradativamente substituídos pelos laptops, ou notebooks.

O laptop surgiu lá fora em 1985. Desembarcou no Brasil nos anos 90 e só se popularizou há três anos, quando fi cou mais barato. Os primeiros modelos mais pareciam uma espécie de agenda eletrônica com ferramentas de texto, planilhas e acesso à internet. Jamais poderiam disputar mercado com o desktop, que, além do mouse, tinha maior capacidade de armazenamento, mais velocidade e recursos multimídia. Como o futuro está na compactação, os laptops de hoje não deixam nada a dever aos computadores de mesa e têm como grande trunfo a mobilidade.

O quadro mudou. Este ano, pela primeira vez, o número de desktops vendidos deverá cair: de oito milhões de unidades em 2007 para 7,5 milhões. E o total de laptops comercializados saltará de 1,9 milhão de unidades para 5,4 milhões no mesmo período. Segundo pesquisa realizada pela Intel no ano passado, sobre hábitos de consumo de tecnologia dos brasileiros, aumentou de 47% para 64% o número de pessoas que possuem um local específi co na casa para utilizar o computador portátil. Isso, conforme a empresa, indica que o laptop está se transformando no principal computador da casa. O preço é um aliado importante. Um desktop com um GB de memória RAM, HD de 80 GB e monitor de 17 polegadas custa R$ 1 mil, em média. Um laptop com tecnologia equivalente sai por R$ 1,3 mil. Em 2004, um laptop como este custaria R$ 4 mil, mais que o dobro de um desktop com a mesma confi guração.

A gerente de marketing Renata Storck, 28 anos, seguiu a tendência no ano passado e trocou o seu desktop por um computador portátil e fi no, que carrega diariamente de casa para o trabalho. Além dos e-mails, arquivos de texto, imagens e músicas, Renata limpou as gavetas e armazenou a papelada do escritório na memória do companheiro de viagens profi ssionais e pessoais. “Nos dias de hoje, nada é mais importante do que a portabilidade”, opina.

Os computadores de mesa, no entanto, ainda têm seus trunfos. Ganham na ergonomia, pois a altura da tela em relação ao teclado proporciona uma relação mais confortável do usuá rio com o equipamento, esquentam menos que o portátil (por isso, comportam softwares mais pesados) e, geralmente, oferecem uma tela maior com melhor resolução, ideal para quem trabalha com gráfi cos, vídeos e imagens. “Sempre haverá espaço no mercado paraw os desktops, mas, quando o consumidor tiver de optar entre velocidade e portabilidade, ele optará pelo segundo benefício”, diz Humberto Barbato, presidente da Abinee.