A sofisticação da gastronomia cada vez mais extrapola os pratos principais. Já passou pelas saladas, pelas sobremesas e até pelos cafezinhos, com a valorização de profissões antes desconhecidas, como, por exemplo, a do barista, profundo conhecedor dos grãos de café. E não pára por aí. Uma nova figura, a do tea blender – misturador de chás apenas na tradução literal –, promete ganhar destaque. Para entender o motivo, basta experimentar um dos chás (ou blends) da argentina Inés Berton. Ex-perfumista da marca de Carolina Herrera, a bela Inés, 32 anos, cria infusões sofisticadas que levam desde mel da Patagônia até cacau mexicano e são capazes de deixar qualquer chá de camomila morto de inveja.

Péssima aluna em química, a tea blender desistiu da carreira de perfumista e passou a utilizar de forma diferente sua sensibilidade olfativa. Mudou-se para
Nova York em 1997 e, durante oito anos, se envolveu com o estudo e a prática
do chá. Tornou-se aluna de mestres orientais e passou a visitar regularmente
a China, o Japão, o Sri Lanka e a Índia. Dessa forma começou, como ela diz,
a “blendiar” a bebida. “Isso não é o mesmo que mesclar, ou misturar. Faço
uma fórmula para cada chá, com o intuito de harmonizar seus cheiros e aromas,
o que garante um sabor único”, explica.

Tão únicos e especiais, seu blends acabaram por conquistar o chef Alex Atala, proprietário do restaurante D.O.M, em São Paulo. E, desde a semana passada,
estão dispostos em uma sofisticada carta de chás, para a sorte dos clientes.
“É uma arte milenar que garante o desfecho perfeito de uma boa refeição”, diz Atala. Além do D.O.M (11 3088-0761), as infusões estão à venda na Casa Santa
Luzia (11 3897-5000), também em São Paulo, e na loja de Inés, a Tealosophy
(54 11 4808-0483), em Buenos Aires.