Na batalha interna do PMDB em torno da candidatura própria a presidente da República, os defensores dessa tese ganham cada vez mais terreno. O PMDB caminha a passos cada vez mais largos na direção de disputar o Palácio do Planalto com nome próprio na eleição do ano que vem. Em reunião realizada na quinta-feira 11 em Brasília, seis dos sete governadores do partido e vários dirigentes, como o presidente nacional, deputado Michel Temer (SP), marcaram para 30 de novembro a data para a inscrição das chapas dos pré-candidatos a presidente, ou seja, daqui a pouco mais de três meses. Os peemedebistas também bateram o martelo com relação à data das prévias para a escolha de seu candidato ao Planalto: dia 1 de março. Foi uma derrota para a ala governista do partido, de olho numa eventual composição com o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dois nomes pleiteiam a candidatura pelo PMDB: o ex-governador e presidente do partido no Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, e o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Todos os sete governadores do partido são favoráveis a que o PMDB lance nome próprio para a disputa presidencial.

Os governistas do PMDB – como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador José Sarney (AP), e o deputado e ex-ministro Eunício de Oliveira (CE) – já haviam amargado outra derrota há cerca de três meses nessa batalha interna. Foi quando a Justiça validou a polêmica convenção do partido realizada em 12 de dezembro de 2004, que decidiu pela candidatura própria. Os peemedebistas aliados ao governo entraram na Justiça para inviabilizar esta decisão, e acabaram perdendo. Mesmo com decisão oficial do partido de não integrar o governo Lula, o PMDB foi contemplado pelo presidente em sua última reforma ministerial. Os governistas têm hoje três ministérios: Saúde (Saraiva Felipe), Comunicações (Hélio Costa) e Minas e Energia (Silas Rondeau).

Nos bastidores, os defensores da candidatura própria se movimentam contra a articulação feita por Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Jobim vem tentando abrir espaço para que seu nome entre na disputa pelo lugar de vice de Lula no projeto de reeleição. Participaram da reunião dos defensores da candidatura própria seis dos sete governadores do PMDB: Joaquim Roriz, do Distrito Federal, Marcelo Miranda, do Tocantins, Rosinha Matheus, do Rio de Janeiro, Roberto Requião, do Paraná, e Luiz Henrique da Silveira, de Santa Catarina. Rigotto só não foi porque estava viajando. Além do presidente Michel Temer, também estavam presentes o secretário-geral, deputado Geddel Vieira Lima (BA), os presidentes regionais Garotinho, Orestes Quércia (SP), e Tadeu Filipe (DF), além do ex-ministro Eliseu Padilha (RS). O anfitrião foi o governador Roriz, que ofereceu um almoço aos colegas: salada e bobó-de-camarão.


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