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Todos os dias a doméstica Roomba começa o seu trabalho no mesmo horário – ela é imbatível na pontualidade. Enquanto Roomba aspira meticulosamente todos os cantos da casa, sua ajudante, Scooba, prepara um "molho" de detergentes e desinfetantes para o piso. Do lado de fora, Robomow apara impecavelmente a grama. Em menos de duas horas o serviço está acabado e a casa brilha. Roomba é um robôaspirador com programação digital feita pela empresa americana iRobot e custa US$ 330. Já Scooba foi lançada também pela iRobot ao preço de US$ 400 e recebe um chip com informações sobre os melhores tipos de produtos de limpeza para a remoção de qualquer sujeira. Quanto ao jardineiro Robomow, ele foi construído pela israelense Friendly Robotics e custa US$ 2 mil. Seus sensores captam ameaça de chuva: ao menor sinal, ele volta sozinho para a garagem a fim de proteger o que tem de mais valioso: a sua programação interna computadorizada. Além desses robôs domésticos, o mercado já oferece cachorro, somelier, brinquedo, babá e até uma namorada, tudo feito com eletrodos, chips e microcomputadores.
O cão eletrônico Aibo, da Sony, é considerado o grande sucesso da robótica comercial no campo dos brinquedos. Dotado de chip com alto poder de armazenamento, identifica a voz do dono, corre atrás do próprio rabo, brinca de pega-pega e, caso não lhe façam as vontades, fica nervoso e late. Com sensores infravermelhos de distância ele desvia de portas e corre livremente pela casa. Quando sua bateria está acabando, o Aibo, independente como é, vai em busca da tomada mais próxima e se carrega sozinho. Por essas fantásticas características ele virou o queridinho dos EUA: em cinco anos foram vendidas 150 mil unidades a US$ 2 mil cada uma. Outro grande sucesso da indústria de brinquedos é muito conhecido no Brasil, chama-se Robosapien e foi desenvolvido pela chinesa WowWee. Ele é capaz de executar 67 movimentos. Custa cerca de R$ 2 mil. Para os adultos, outro tipo de brinquedo. O PaPeRo, da japonesa NEC System Technologies, é um robô sommelier com sensores infravermelhos para analisar a composição química de vinhos e dar opiniões. Com cabelos escuros e repicados, 1,60 metro de altura e 50 quilos distribuídos em um corpo esguio, uma típica jovem de Tóquio arrebata corações. Eis a japonesa Actroid Repliee Q1. Ela é uma andróide construída pelo Instituto de Tecnologia Industrial da Coréia que chegou ao auge da sofisticação: microssensores espalhados pelo rosto de Actroid lhe dão a capacidade de paquerar fazendo diversas expressões.

Os especialistas a programaram com preferências que seguem a linha que se vê nos classificados de jornais nos anúncios do tipo "procura-se companhia": alto, cabelo liso ou crespo, olhos verdes, voz rouca ou suave, e assim por diante. Através de microcâmeras localizadas em seus olhos e sensores de áudio, a máquina faz o reconhecimento das características programadas quando as encontra em alguém. No caso de outra andróide, a Ever-2, por exemplo, o computador central mandará comandos para os 15 receptores espalhados por sua face, permitindo que ela abra um sorriso, dê uma piscada de olho ou até tome a iniciativa para uma sutil cantada. "Esses recursos aproximam os andróides das pessoas. Eles são tão reais que por alguns minutos é possível esquecer que não passam de máquinas programadas", disse à ISTOÉ o engenheiro Reinaldo Bianchi, professor de robótica da Faculdade de Engenharia Industrial da Universidade de São Paulo.