A reportagem que começa esta edição de ISTOÉ mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a semana animado, inclusive cantarolando o brasileiríssimo “deixa a vida me levar”, de Zeca Pagodinho. E há motivos reais para o bom humor de Lula. Os números da economia são altamente positivos, surgiram exatamente no dia em que o ex-presidente FHC partira para bicadas mais contundentes na administração petista e certamente irão interferir na balança peemedebista, que oscila entre apoiar ou não o governo.

A alegria do presidente, porém, poderia ser maior, caso esse crescimento econômico fosse auferido não apenas pelos números, mas também pelo bolso da maioria dos cidadãos. Enquanto isso não acontece, boa parte da população aposta em outro fator – que nada tem a ver com a política ou com a economia – para elevar o astral: a chegada do verão. A reportagem publicada mostra o que promete agitar a estação mais brasileira do ano, quais as roupas e acessórios que farão sucesso, a gastronomia do momento e as baladas mais badaladas, além de um generoso roteiro de férias com sugestões de lugares fantásticos para se cantar “deixa a vida me levar”.

Com o calor do verão chega também o Natal, período de alta religiosidade e de elevação do consumo para todas as faixas de renda, o que faz crescer não apenas a economia oficial como também o exército irregular que dribla as leis fiscais e a cada ano aprimora a contravenção. A subeditora Ana Carvalho e o repórter fotográfico Dárcio de Jesus passaram a semana na fronteira do Brasil com o Paraguai. Mergulharam no mundo dos contrabandistas e contam como funciona esse crime organizado que aglutina um número cada vez maior de pessoas a serviço da muamba. Um exército que poderá ser drasticamente reduzido quando o crescimento comemorado pelo presidente chegar às mais de 200 favelas da região. Para isso, é preciso vencer vários obstáculos e manter a auto-estima em alta, como preconiza a bem-sucedida campanha publicitária “Eu sou brasileiro e não desisto nunca”, que, aliás, foi inspirada em idéias divulgadas neste mesmo espaço. Disso, só temos a nos orgulhar.