Autor e orientador de 1.375 artigos científicos, ao todo, e dono de um currículo de 46 anos de atuação na área da saúde, o ginecologista José Aristodemo Pinotti, 69 anos, foi eleito há duas semanas pela Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, para ocupar a cadeira de número 22 entre as 100 existentes. Uma das mais antigas instituições do País – foi criada em 1829 –, a academia reúne profissionais brasileiros de renome nacional e internacional com o objetivo de debater temas relacionados à medicina, aconselhar e auxiliar em questões governamentais de saúde pública e de educação médica.

Pinotti especializou-se no tratamento de câncer ginecológico e de mama. Como secretário de Estado da Saúde de São Paulo (no governo de Orestes Quércia, de 1987 a 1991) coordenou, entre outras ações, o desenvolvimento do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (Suds) de São Paulo. Sua experiência em órgãos públicos foi um dos motivos que o qualificaram para ocupar a cadeira na Academia de Medicina. Antes, porém, submeteu-se a um criterioso processo de admissão. “É bem trabalhoso pedir uma cadeira na Academia. É preciso defender uma tese, apresentar currículo e passar por uma comissão de julgamento”, conta Pinotti. “Por isso, considero esta posição ainda mais honrosa e de grande valor”, afirma. Seu objetivo principal dentro da instituição é fazer com que a entidade volte a ter participação mais atuante no governo. Pinotti também ocupa uma cadeira na Academia Paulista de Medicina. É ainda professor-titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e deputado federal (PFL/SP).