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Aviso: cenas violentas. Vídeo mostra militares americanos matando jornalistas, uma denúncia do WikiLeaks
 

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DENÚNCIA
Assange, o ativista do WikiLeaks, e o vídeo que revelou
o ataque americano contra civis no Iraque

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Um site comandado por um misterioso australiano de cabelos revoltos, idade estimada em 39 anos e tom de voz comedido tem feito um barulho ensurdecedor na comunidade internacional ao colocar no ar vídeos e documentos confidenciais que põem em maus lençóis poderosos governos e grandes corporações. O site é o WikiLeaks e seu mentor é Julian Assange, que atribuiu para si a missão de vazar informações secretas na tentativa de “abrir governos”. Com isso, Assange, que não tem residência fixa e divulga muito pouco sobre sua vida pessoal, já amealhou desafetos da estatura do governo americano.

A pendenga com a Casa Branca teve seu ápice justamente no vídeo do WikiLeaks de maior audiência, publicado em abril deste ano. Foi por meio dele que o mundo assistiu a um helicóptero do Exército americano disparar contra civis nas ruas de Bagdá (imagens acima). Entre os 12 mortos da tragédia, ocorrida em 2007, estavam um fotógrafo e um motorista da agência de notícias Reuters. Empresas como o jornal “The Washington Post” tiveram acesso ao material, mas não puderam publicá-lo por restrições da lei de imprensa americana. Assange promete divulgar um novo vídeo em breve, sobre um ataque do Exército americano no Afeganistão que teria matado 140 civis, mais da metade deles crianças, em maio de 2009.

Por conta do anonimato, o Wiki­Leaks, mantido por doações de ativistas, publica o material à revelia de legislações locais e tem servidores espalhados pelo mundo – assim não é possível rastrear a fonte das informações nem tirar o conteúdo do ar. Com isso, arregimenta audiências impressionantes. No primeiro dia em que o vídeo sobre Bagdá foi ao ar, teve 2,5 milhões de acessos no YouTube, além de ter sido reproduzido em centenas de agências de notícias. Para Flávio de Oliveira, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, o sucesso do WikiLeaks é resultado de uma tendência que se desenha desde os anos 1990. “Com a internet, as mídias tradicionais tiveram seu monopólio quebrado. Isso deu poder a pes­soas sem que elas precisassem estar dentro de uma organização”, afirma.