Para entrar no palco relaxado, Zeca Pagodinho repete um ritual: circula pelo backstage com uma taça (não copo) de cerveja em punho. Foi assim no Vivo Rio, onde se apresentou na sexta-feira 7. Nos corredores, entre um camarim e outro, atendeu com simpatia aos pedidos de posar para fotos, feitos por alguns funcionários da casa. Tanto nesse périplo quanto no show, Zeca usou o sapato de estimação, um L’Hombre bastante reluzente – item obrigatório para o relax. Com os técnicos, conferiu se estava tudo em ordem. No espaço dos músicos, parou para repassar alguns acordes com Zé Bigorna, o saxofonista da banda. “Esse é o cara… Tá pensando o quê? Só tem fera na minha banda”, elogiou. Pouco antes do início do show, o único indício de tensão: ainda havia espectadores na fila do teatro. “Tá na hora, tá na hora”, repetia ele. Quando a música começou, Zeca estava à vontade. Cantou com o talento de sempre e brincou com alguns famosos da platéia, como Juliana Knust, Fernanda Paes Leme e Hélio de La Peña. Para garantir que o samba iria bem até o final, o sambista manteve outra tradição: no meio da apresentação, trocou sua camisa creme por outra azul. Deu certo. Sob a cor da Portela, escola de samba do coração, o público vibrou muito e acabou aplaudindo em pé.