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Assista ao trailer da animação no player acima

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O NOVO VILÃO
Shrek é atazanado pelo gnomo Rumpelstiltskin, com quem
faz um pacto para voltar a ser um ogro amedrontador

Continuações andam em alta em Hollywood. Mesmo assim, uma das franquias mais bem-sucedidas e lucrativas do cinema despede-se das telas na sexta-feira 9. Com a estreia de “Shrek para Sempre”, quarto e último episódio da série, os brasileiros dão adeus ao ogro mais famoso das animações. Será um gran finale: o público não só poderá rever todos os personagens queridos, entre eles o Gato de Botas, o Burro e a Princesa Fiona, como também experimentará a aventura no reino Muito, Muito Distante em 3D, tendência atual dos blockbusters. “Shrek 4” estreou nos EUA em 21 de maio sem obter o mesmo sucesso de bilheteria dos três filmes anteriores, faturando até o momento cerca de US$ 300 milhões ao redor do mundo. Parece muito, mas, para uma produção de US$ 165 milhões, está bem aquém das expectativas. O primeiro “Shrek” foi lançado em 2001, dez anos depois de Steven Spielberg comprar os direitos do livro homônimo, e só em sua primeira semana de exibição nos EUA faturou US$ 70 milhões. Desde então outros filmes foram produzidos – “Shrek 2”, em 2004, e “Shrek Terceiro”, em 2007 –, além de um episódio feito especialmente para ser lançado em DVD.

No total, a franquia “Shrek” faturou cerca de US$ 2 bilhões e esse resultado se deve ao fato de a história ter conquistado adultos e crianças. “Shrek para Sempre”, contudo, vem dividindo pais e filhos – e também a crítica internacional. Grande parte das reportagens de revistas estrangeiras afirma que o filme perdeu a magia de suas histórias anteriores ao escolher um enredo mais obscuro.

E errou o alvo ao mostrar o lado cínico do ogro, agora um pai de família cansado de suas obrigações domésticas. Mesmo repetindo os engraçados encontros com o Burro e animando a ação com uma trilha sonora repleta de sucessos da disco music e do rock, talvez a explicação para o tom mais sinistro e para a quantidade de cenas sombrias esteja no fato de que esse é o final de uma saga que primou por inverter os valores tradicionais dos contos de fadas. Nos três primeiros filmes essa subversão das fábulas infantis mostra que as aparências enganam e que o anti-herói pode ser o herói. Desgastadas as possibilidades de se contar um conto de fadas ao contrário, em “Shrek para Sempre” o que sobra como alvo é a própria aceitação por parte do personagem principal de seu papel de benfeitor, chefe de família e marido perfeito. A crise “pantanosa” tem ares de questionamento existencial, mas não esqueçamos de que se trata de uma animação que prima por aquilo que o cinema de Hollywood tomou dos gêneros infantis como marca de famosos desfechos: “eles viveram felizes para sempre”.

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