Pesquisadores americanos estão atentos a um fenômeno ainda pouco conhecido da população. A endocrinologista Francine Kaufman, ex-presidente da Associação Americana de Diabete, está conduzindo um estudo de avaliação de tratamento para crianças com o tipo 2 da doença, a adquirida devido ao estilo de vida (em especial, os maus hábitos alimentares). O detalhe é que durante a investigação ela notou que alguns pacientes tinham também a enfermidade do tipo 1, aquela que é caracterizada pela incapacidade de o organismo produzir insulina, o hormônio que permite a entrada de açúcar nas células. São casos chamados pelos médicos de diabete dupla.

O problema não é exatamente novidade entre os especialistas, mas a pesquisa serviu para reforçar a necessidade de combatê-lo. Dorothy Becker, do Children’s Hospital de Pittsburgh, diz que o conceito nasceu há dez anos. Mas ainda há muito a ser estudado. “A diabete dupla ocorre em 25% das crianças com a doença. Nos adultos, não sabemos o porcentual.” Os médicos pesquisam a melhor forma de tratar esses pacientes. E se preocupam com a epidemia de obesidade e o sedentarismo, que favorecem o fenômeno. Por isso, Dorothy aconselha: “Comam melhor e se exercitem mais.” O presidente da Sociedade Brasileira de Diabete, Leão Zagury, reforça a recomendação, principalmente para diabéticos do tipo 1. “Eles necessitam repor insulina, um hormônio anabolizante. Crianças com esse tipo de diabete devem ter o peso controlado. Mas algumas ficam obesas por causa da superalimentação, do excesso de gorduras e da falta de exercícios”, afirma.