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As pancadas de chuva devem continuar a atingir os Estados de Pernambuco e Alagoas nos próximos dias, segundo previsão da Climatempo e do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco.

Em Pernambuco, que está em estado de alerta desde a última quinta-feira por conta dos temporais, as pancadas de chuva se alternam com períodos de melhoria nos próximos três dias, segundo Francis Lacerda, coordenadora do Laboratório de Meteorologia.

"Essas pancadas de chuva são típicas da região neste período do ano", explica. A chuva fina aparece ao longo do dia, com períodos de sol. No entanto, ela volta a atingir o Estado à noite e durante a madrugada. "Essa chuva fina é o que traz perigo de alagamentos e enchentes, pois ela é constante e pode encharcar o solo, prejudicando o escoamento da água", explica a coordenadora. "Apesar da ocorrência de chuvas, não há previsão de chuva intensa, apenas com pancadas de chuva moderada, mas nada parecido com o que ocorreu na última semana", compara Francis.

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Segundo a Climatempo, voltou a chover moderadamente em Maceió (AL) na noite de ontem e na madrugada de hoje. Não estava chovendo por volta das 8 horas, mas, segundo a medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre as 8 horas de ontem e as 8 horas de hoje, choveu 34 milímetros sobre a cidade.

Frente fria – Na Região Nordeste, a previsão é de chuva em pontos isolados por conta de uma nova frente fria que se aproxima do litoral sul da Bahia hoje. Faz sol, mas pode chover a partir da tarde e o vento fica mais forte. Nas demais áreas do litoral baiano, no Recôncavo, na região de Paulo Afonso e em Sergipe, o sol aparece o dia todo e chove rápido. No litoral, na zona da mata e no agreste entre Pernambuco e o Rio Grande do Norte e em Alagoas, o céu fica com muitas nuvens e chove várias vezes. Também há previsão de pancadas rápidas de chuva no norte entre o Maranhão e o Piauí.

A frente fria provoca aumento de nuvens sobre o sul da Bahia amanhã. A temperatura cai e ocorrem várias pancadas de chuva que intercalam com aberturas de sol fraco. No leste baiano, na Chapada Diamantina, no Sergipe, em Alagoas e no litoral, na zona da mata e no agreste entre o Rio Grande do Norte e Pernambuco, o sol aparece e chove a qualquer hora do dia. No litoral e no norte do Maranhão, o sol aparece forte e chove rápido.

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Sobe número de mortos – Mais três corpos foram encontrados na noite de ontem em Pernambuco, confirmou hoje a Defesa Civil do Estado. Com isso, subiu para 15 o número de mortes causadas pelas cheias dos últimos dias. De acordo com a Defesa Civil, dois corpos foram resgatados em Água Preta e o terceiro, em Barreiros. Os corpos ainda não foram identificados. Os números de desabrigados – aqueles que perderam tudo e necessitam de abrigos públicos – e desalojados – aqueles que podem contar com a ajuda de vizinhos e familiares – permanecem 17.808 e 24.552, respectivamente.

O Diário Oficial da União (DOU) trouxe hoje uma das portarias do Ministério da Integração Nacional, liberando R$ 25 milhões para o Estado de Pernambuco. A primeira parcela de recursos para o Estado para aquisição de alimentos, medicamentos, água potável, roupas de cama e banho e locação de veículos e banheiros químicos, deverá ser liberada em 180 dias, a contar a partir de hoje, data da publicação. A Secretaria Nacional de Defesa Civil informa, porém, que o dinheiro estará na conta do Estado já na próxima sexta-feira.

Verba mal gasta – Os governos federal, estaduais e municipais gastam pouco e mal em prevenção. A constatação é da ONG Contas Abertas, que analisou os gastos do poder público com a rubrica "prevenção e preparação para desastres", inserida no Sistema de Administração Financeira da União, e concluiu que os governantes preferem agir no socorro, depois da tragédia.

Principal responsável pelo programa, o Ministério da Integração Nacional, conforme o levantamento da ONG, desembolsou apenas 14% (R$ 70,6 milhões) dos R$ 508,3 milhões previstos para serem usados neste ano. Já no socorro às vítimas e recuperação de infraestrutura, depois do estrago feito, o governo federal aplicou R$ 535 milhões, ou sete vezes mais, por meio da rubrica "resposta aos desastres e reconstrução". Enquanto a Bahia do ex-ministro Geddel Lima é o Estado mais privilegiado com verba para ações de prevenção – recebeu 57% do valor liberado, o equivalente a R$ 40,1 milhões, Alagoas não recebeu nada e Pernambuco só levou 1% do total: R$ 172,2 mil.

Entre os meses de março e junho deste ano, o montante autorizado para prevenção até aumentou em R$ 158 milhões. Mas só R$ 39 milhões foram efetivamente aplicados em obras e serviços de caráter preventivo em áreas de risco. Esse tipo de gasto inclui contenção de encostas, drenagem superficial e subterrânea, desassoreamento, retificação e canalização de rios e córregos. Esse programa também prevê a proteção superficial, muros de gravidade, aterros reforçados, barreiras vegetais e obras como pontes e viadutos, além do deslocamento de famílias que vivem em áreas de risco.

O Estado do Rio, que sofreu com as enchentes em abril, agora lidera o ranking dos mais beneficiados com verba para resposta aos desastres – R$ 118,3 milhões (22% do total). O programa de resposta a desastres inclui ações de socorro e assistência às pessoas afetadas por calamidades, restabelecimento das atividades essenciais e recuperação dos danos causados pelas tragédias. A ONG constatou que estão previstos R$ 2,1 bilhões no orçamento de 2010 para este fim, três vezes mais do que o autorizado para prevenção.