As faculdades particulares
estão atentas ao conceito de responsabilidade social. É o
que mostra uma pesquisa da Franceschini Análises de Mercado,
feita a pedido do Sindicato das
Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior
do Estado de São Paulo (Semesp).
Das 440 instituições do Estado, 291 participaram do estudo e 88% desenvolvem atividades nas áreas de saúde, educação, cultura, meio ambiente e direito, beneficiando cerca de cinco milhões de pessoas. E a maioria das iniciativas (78%) são extracurriculares. “Os resultados contrariam a percepção de que somos alheios e omissos quanto aos problemas da sociedade”, analisa Hermes Ferreira Figueiredo, presidente do Semesp.

Na área de saúde, as instituições filantrópicas são as mais presentes, atendendo 2,8 milhões de pessoas por ano. Em compensação, as não-filantrópicas são maioria e respondem por 67% dos projetos em geral. A Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), por exemplo, oferece serviços de odontologia e fisioterapia, entre outros. “Realizamos de 2000 a 2004 mais de 250 mil atendimentos”, contabiliza Ângela Fernandes, assessora da Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários.

Outro dado interessante é que 67% dos programas não atingem apenas a comunidade próxima. É o caso do Núcleo de Prática Jurídica da Universidade Anhembi Morumbi, que inaugurou recentemente um escritório experimental e uma unidade do Juizado Especial Federal no centro de São Paulo, mas orienta também moradores de outras regiões da cidade. O atendimento, feito por alunos, é gratuito e rápido. “Recebemos muitos idosos para causas cíveis e previdenciárias”, explica Marcília Rodrigues, coordenadora do curso de direito.

Em sua própria área de atuação – o ensino –, as faculdades desenvolvem 445 projetos, com alfabetização, estímulo à leitura e apoio psicopedagógico, auxiliando 920 mil pessoas por ano. Entre elas, as detentas do presídio feminino de Franco da Rocha, que participam do projeto Leitura Livre, criado por alunos da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. O programa anda disputado. “Temos 30 inscritas, mas já há lista de espera. Elas escrevem cartas e sugerem a presença de autores nos encontros”, conta Evanda Verri, coordenadora de biblioteconomia e ciência da informação da faculdade.

Melhorar a inserção no mercado de trabalho é outro ponto relevante. Foram detectados 145 projetos de capacitação profissional, com aulas de informática, matemática financeira, línguas, eletrônica e ciências contábeis, entre outras.