Os jornalistas da ISTOÉ Weiller Diniz, Sônia Filgueiras, Celina Côrtes e Luiz Cláudio Cunha receberam, na terça-feira 14, o Prêmio Esso de Informação Econômica pela série de reportagens “Presidente e diretor do BC esconderam da Receita bens no Exterior”. As matérias, publicadas a partir de julho, revelaram que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o diretor de Política
Monetária da instituição, Luiz Augusto de Oliveira Candiota, eram investigados por suspeita de sonegação fiscal e outros crimes tributários. O mais tradicional prêmio do jornalismo brasileiro fecha um ano para ISTOÉ marcado por conquistas importantes de seu jornalismo, tais como: o II Concurso Tim Lopes de Investigação Jornalística para Mário Simas e Alan Rodrigues pelo trabalho “Tão longe, tão perto – o dia-a-dia da pedofilia digital”, o Prêmio Latino-Americano 2004 para Amaury Ribeiro Jr. pela série “Silveirinha” e o II Prêmio Alexandre Adler de Jornalismo em Saúde para Eduardo Marini e Luiza Villaméa por “Inimigo oculto”, sobre os portadores do vírus da Aids no Brasil.

As investigações que resultaram na série premiada pela Esso Brasileira de Petróleo começaram em maio. Ao tomar conhecimento da denúncia, o presidente do BC providenciou rapidamente a retificação da renda declarada no ano 2002. Já na cadeira de presidente do BC, ele aumentou em R$ 600 mil o valor que dissera ter recebido do Exterior, de R$ 4,3 milhões para R$ 4,9 milhões. Assim, em vez da restituição de R$ 54 mil que solicitara, passou a devedor e pagou R$ 110 mil. A contundência das denúncias levou o governo à atitude inédita de dar ao presidente do BC o status de ministro, para que só possa ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. A medida foi aprovada pelo Congresso, mas é contestada pela oposição no STF. O procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, deu parecer contrário, alegando inconstitucionalidade e casuísmo.

O diretor de Política Monetária, Luiz Augusto de Oliveira Candiota, que não declarou movimentações em uma conta bancária em Nova York, não teve a mesma blindagem do chefe: perdeu o cargo na mesma semana. O jornalista Weiller Diniz considera a reportagem uma das mais importantes de sua carreira e do jornalismo recente no País porque “mexeu com a caixa-preta dos dirigentes da política monetária no Brasil”. A série “Inimigo oculto”, de Marini e Villaméa, foi finalista na categoria Informação Científica, Tecnológica e Ecológica.

A cerimônia da 49ª cerimônia de premiação lotou um dos salões do hotel Sofitel, em Copacabana, no Rio de Janeiro. O Prêmio Esso de Jornalismo foi conquistado pelos repórteres Angelina Nunes, Alan Gripp, Carla Rocha, Dimmi Amora, Flávio Pessoa, Luiz Ernesto Magalhães e Maiá Menezes, do jornal

O Globo

, pela série “Os homens de bens da Alerj”. O trabalho revelou que 27 deputados estaduais fluminenses tiveram aumento de mais de 100% em seus patrimônios entre 1996 e 2001. A surpresa da noite foi o Prêmio Esso de Reportagem para Renan Antunes de Oliveira, pelo excelente trabalho “A tragédia de Felipe Klein”, do pequeno jornal

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, de Porto Alegre. Renan contou a triste história do suicídio do filho do ex-ministro Odacir Klein


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