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PÚBLICO GLOBAL
No mesmo instante em que se apresenta na Bulgária,
a banda Metallica será vista no Brasil

É o show dos sonhos dos fãs de thrash metal, a espécie mais barulhenta de heavy metal. Trata-se da reunião, num mesmo palco, das bandas americanas Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax no cenário exótico da Bulgária. E o fã, aqui no Brasil, assistirá simultaneamente
a esse histórico espetáculo, sentado em uma confortável poltrona. Isso é possível? Agora sim, graças ao sistema digital que permite enviar uma imagem ao mesmo tempo para os quatro cantos do planeta. Tendência mundial, a transmissão ao vivo de eventos variados nos cinemas já é uma realidade nos EUA e na Europa. Agora começa a chegar ao Brasil.

O encontro dos quatro grandes do thrash metal será exibido em sete salas do Rio de Janeiro, de São Paulo, Salvador e Brasília na terça-feira 22, somando-se a uma rede global que totaliza 850 estabelecimentos. A expectativa é de crescimento acelerado do mercado, já que só 140 das cerca de 2,1 mil salas de cinema do País são 100% digitais.

Além do projetor digital, o exibidor precisa de outros equipamentos, como a antena que capta o conteúdo via satélite. Incentivados pelo sucesso do 3D, os empresários do ramo passaram a investir na cara digitalização das salas. Em breve, o espectador terá mais opções e poderá curtir a emoção de um show ou até de um jogo sem estar no local onde eles acontecem. “Os cinemas se transformarão em arenas multiuso e isso é bom até para os shoppings onde se localizam. O público vai se diversificar”, afirma Fábio Lima, diretor-executivo da MovieMobz, que promove a sessão do show de thrash metal no País.

Não só o público torna-se variado como passa a lotar o multiplex em dias e horários menos concorridos. Em março, a exibição de um show
do grupo americano Black Eyed Peas levou milhares de fãs a 500 salas de projeção nos EUA. Outro exemplo é a apresentação da Metropolitan Opera de Nova York. Se a projeção das gravações já lota salas até em manhãs de domingo, imagine quando as óperas forem mostradas ao vivo, em outubro? De fato, é melhor ir a um cinema com imagem e som de primeira do que esperar o lançamento do DVD ou assistir a transmissões ao vivo na internet, como a do U2 em outubro do ano passado. “Acho que o clima vai ser legal. Como o ingresso é caro, será uma plateia de fãs”, diz o webdesigner carioca Thiago Machado, referindo-se ao show das bandas de rock americanas. O ingresso para o cinema é quase o mesmo de um espetáculo de verdade: R$ 80. Entre os motivos de ser tão caro estão a duração estimada do evento, de quatro horas, e a “tecnologia envolvida na sessão ao vivo e em alta definição, além de acordos comerciais e de distribuição”, como justifica a diretora de marketing da Rede Cinemark, Bettina Boklis.

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A BANDA IRLANDESA U2
detectou a tendência em 2009 e transmitiu pela internet um show da turnê 360°, inédita no País