As meninas judias Anne Frank e Rutka Laskier nasceram em 1929 e ambas eram adolescentes durante a Segunda Guerra Mundial. Anne passou os últimos anos de vida num esconderijo em Berlim, onde escreveu o seu famoso diário. Rutka, polonesa, ficou alojada num gueto em Bedzin e também anotou sua tragédia num caderno que deixou sob um piso falso em sua casa quando foi para o campo de Auschwitz, onde morreu. O diário foi resgatado por uma amiga e só em 2006 um pesquisador da vida dos judeus de Bedzin encontrou a meia-irmã de Rutka, Zahara Scherz. Ela então publicou O diário de Rutka, que agora chega ao Brasil (Editora Rocco, 83 págs, R$ 39). Num trecho tipicamente adolescente ela faz uma descrição de si mesma – isso depois de tirar algumas fotografias e achar que elas não tinham lhe feito justiça: “Sou alta, esbelta, com pernas bonitas e cintura bem fina. Minhas mãos são longas, mas dotadas de unhas feias – maltratadas. Tenho olhos grandes, castanho-escuros, sobrancelhas grossas e cílios bem compridos. Meus cabelos são negros, curtos. O nariz pequeno e arrebitado. O que sinto no interior, ah, isso não consigo colocar no papel de forma alguma.”

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