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NOVOS TEMPOS
José Maria Eymael diz que jovens
pediram a mudança

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“Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão…” Este jingle é um caso único na história do marketing político brasileiro. Por 25 anos, a cada eleição, o candidato José Maria Eymael alugou os ouvidos dos brasileiros com a melodia viciante e a letra de fácil assimilação de sua musiquinha de campanha. Agora, o jingle vai ganhar roupa nova. Tentando manter a popularidade, Emayel, pré-candidato à Presidência da República, resolveu adotar variações sobre o mesmo tema, literalmente. A velha fórmula sonora será gravada em ritmos diferentes: do embalado axé da Bahia até a chula gaúcha. “Meu jingle tem uma coisa única, ele tem alma”, diz Eymael.

Em 1985, ano da primeira eleição após a ditadura militar, Eymael resistiu muito a utilizar seu sobrenome no jingle. A Prefeitura de São Paulo era disputada por três fortes candidatos: Eduardo Suplicy (PT), Jânio Quadros (PTB) e Fernando Henrique Cardoso (PMDB). O então desconhecido empresário Eymael decidiu entrar na disputa, mas pensava em usar “José Maria” como marca. Achava que Eymael era de assimilação difícil. Numa reunião de sua equipe de marketing, porém, o militante democrata cristão José Raimundo de Castro pediu tempo: “Me dá até amanhã que eu faço uma música ensinando seu nome ao povo.” Hoje, aos 75 anos, Castro é um dos dirigentes do Partido Social Democrata Cristão. Ele diz que apenas um dia após a divulgação da música na campanha, a capital paulista já tinha aprendido o nome do candidato. O sucesso do jingle, porém, não garantiu sucesso nas urnas. Emayel ficou em último lugar, e Jânio saiu prefeito.

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A partir daí, a cada eleição, o partido só adaptava a segunda parte da letra ao cargo em disputa por Eymael. Assim, o “para prefeito em 15 de novembro é Eymael o candidato da Renovação” de 1985 virou “para deputado federal queremos Eymael, a voz do povo na Constituição” em 1986. Naquele ano deu certo. Emayel elegeu-se com 70 mil votos, sendo reeleito para a Câmara Federal em 1990. Animado por estas vitórias, ele candidatou-se à Presidência da República pela primeira vez em 1998. E a segunda parte da letra mudou de novo: “Para presidente do Brasil queremos Eymael, pela família e pela nação.” Sua candidatura obteve pouco mais de 170 mil votos, 0,25% do total. O resultado inexpressivo se repetiu em 2006.

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HISTÓRICO
O hino começou a ser
usado na campanha de 1985

Agora, para 2010, Eymael e seu time remexeram a velha fórmula. Ele diz que foram os jovens, insatisfeitos com “a falsa polarização desta campanha”, que pediram os ritmos diferentes para o jingle. “A nova versão da segunda estrofe será uma surpresa para depois da convenção do partido”, avisa. Apesar de não ter conseguido mais do que traço percentual nas duas últimas eleições, Eymael acredita que a situação mudou. “Na pesquisa CNT/Sensus apareço com 1,1%, o que significa 1,5 milhão de eleitores”, comemora.


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