img2.jpg
EM FORMA
Os treinos em Johannesburgo mostram os craques
brasileiros em momentos distintos

selo.jpg

A Seleção chegou à Copa da África do Sul com um elenco renovado, como pediu o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Esculpida à imagem e semelhança de seu treinador, Dunga, ela é composta muito mais por jogadores batalhadores do que por craques capazes de desequilibrar individualmente uma partida – a equipe do Mundial passado turbinada por Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Adriano Imperador tinha esse potencial, mas fracassou. No Brasil de hoje, poucos são os jogadores com talento acima da média para em um drible ou arrancada fulminante fazer a alegria do torcedor.

img4.jpg
KAKÁ
Ainda está sem ritmo 

Robinho, conhecido entre os colegas como Pedalada, em alusão ao seu drible mais famoso; Kaká, o camisa 10; e Luís Fabiano, artilheiro da era Dunga com 19 gols em 25 jogos, formam o trio da esperança de um futebol bonito de se ver. Mas estariam eles 100% preparados para iniciar o Mundial e, melhor, fazer a Seleção de Dunga vingar? Robinho amargou o banco de reservas do inglês Manchester City, na temporada passada, e voltou a atuar com mais frequência há cinco meses, ao se transferir para o Santos. Os outros dois jogadores sofreram seguidas contusões e ninguém sabe ao certo, a não ser a comissão técnica, a real condição deles. “Se o Kaká e o Luís Fabiano não estiverem prontos para o torneio, a gente vai ter de rezar para que os deuses do futebol estejam com o Brasil”, diz o comentarista esportivo Paulo Calçade, dos canais ESPN.

img3.jpg
Luís Fabiano evolui

Kaká é quem mais preocupa. O meia teve uma pubalgia, em dezembro, que o afastou dos gramados por 45 dias. Em março, uma contratura muscular o deixou no estaleiro por um mês. A falta de ritmo de jogo, portanto, poderia prejudicar seu desempenho. “Não me preocupo com o Kaká ou com o Luís Fabiano do ponto de vista físico”, diz o médico Marco Aurélio Cunha, diretor do São Paulo, clube em que os dois atletas estiveram se tratando antes de se apresentar à Seleção. “O fato de eles disputarem a Copa num clima frio os favorece porque o desgaste físico e a perda hídrica são menores.”

img1.jpg
Robinho com Juan rouba a cena

Outra dúvida que recai sobre os ombros do camisa 10 é se ele estaria pronto para ser o tenor da Seleção. No torneio anterior, o brilhantismo da equipe seria, teoricamente, dividido entre vários jogadores de currículo vitorioso. Para o dirigente do São Paulo, o ex-atleta do clube está pronto para essa responsabilidade. “Para os brasileiros, o Kaká é o filho que não cresceu. Ainda acham que ele é o filhinho da mamãe. Não é mais!”, opina Aurélio Cunha. “Kaká já brilhou no Milan, está preparado.” Na quinta-feira 3, porém, o próprio Dunga admitiu ainda ter dúvidas sobre o estado físico e técnico do camisa 10. Disse que vai esperar até a véspera para definir o time que estreia contra a Coreia do Norte no próximo dia 15 e avisou: “Não pode querer comparar (o Kaká) com o jogador de um ano atrás. É diferente.”

img.jpg
CELEBRAÇÃO
Jogadores comemoram o gol de Elano contra o Zimbábue

Já Robinho, que retornou ao futebol brasileiro no início do ano, recuperou a autoestima que havia perdido na Inglaterra, onde quase não jogava. Fisicamente, o atacante também se beneficiou com a ida para o Santos. “A volta de Robinho foi uma bênção. Psicologicamente, foi ótimo para ele, que está feliz e fazendo suas molecagens em campo”, diz Calçade, da ESPN. De fato, Robinho, Kaká e Luís Fabiano são os jogadores capazes de desequilibrar uma partida. Os dois primeiros pela técnica e o centroavante pela competência como artilheiro. Kaká esteve presente na primeira semana de treinamentos do Brasil com bola. No jogo contra o Zimbábue, na quarta-feira 2, atuou por meio tempo, teve atuação discreta, mas necessária para adquirir ritmo. Luís Fabiano, durante o amistoso, não se queixou do tornozelo. Como centroavante rompedor de defesas, a força deverá estar na ponta dos cascos. E Robinho foi o melhor em campo, movimentando-se bem solto. Se algo der errado no meio do caminho para o hexa, Dunga aposta no conjunto. Futebol é um jogo que se ganha com uma equipe. 

img5.jpg