O divã está mudando de lugar. Sessões de terapia estão ganhando as mesas de bares, restaurantes, parques e até os shoppings. É assim que a psicóloga Maura de Albanesi, de São Paulo, está tratando seus pacientes. Segundo ela, é uma forma de acelerar o tratamento porque, dessa maneira, vê exatamente como seus pacientes se comportam em situações normais da vida, e não dentro de um consultório. “Fui com uma paciente a um shopping. Ela tinha compulsão por compras. Ficava observando suas ações e reações nas lojas e, às vezes, intervinha perguntando se ela não gostaria de pensar um pouco antes de comprar” relata. “No consultório reforcei o que vi no shopping. Ela superou o problema”, assegura. A advogada R.S.G., que prefere não se identificar, foi uma das que recorreram a essa técnica. Depois de terminar um namoro, começou a ter dificuldade de relacionamento. “Achava que ninguém me notava”, conta.

A psicóloga a acompanhou a um bar de paquera. “Percebi atitudes que adotava sem perceber e que me atrapalhavam. Foi fundamental no meu tratamento”, conta R. Porém, o método não tem o consenso dos especialistas. “É uma estratégia questionável. Ao se sentir observado, o paciente pode não se sentir à vontade e inclusive mascarar comportamentos”, afirma Zuleika Olivan, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo.