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O trágico “clube dos 27” é uma lenda que assombra o mundo do rock desde a década de 70 quando num espaço de apenas dois anos morreram quatro grandes gênios da música: Jimi Hendrix e Janis Joplin, por overdose; Jim Morrison, da banda The Doors, em circunstâncias até hoje não esclarecidas; e Brian Jones, do Rolling Stones, por aparente afogamento. Todos eles tinham somente 27 anos, viviam de música e para a música, imprimiam cada vez mais “adrenalina” em seus shows e estavam no auge da criatividade e do sucesso profissional. Duas décadas mais tarde, nos anos 90 portanto, o famoso Kurt Cobain, do Nirvana, suicidou-se com a mesma idade. Conta-se que Wendy O’Connor, mãe de Kurt, declarou então publicamente e aos prantos que implorara inúmeras vezes ao filho para que ele não se unisse a “esse clube estúpido”. Pichações nos muros de Londres e de Nova York falavam em “clube macabro” e a idéia de morrer jovem depois de viver intensamente ganhou a forma de símbolos e desenhos estampados em camisetas freaks. Também inspirou, é claro, fãs e artistas de todo o planeta, o que não é raridade: desde que o mundo é mundo há os que pregam a morte na juventude enquanto amadurecem alimentando-se e bebendo muitíssimo bem ao mesmo tempo em que juntam fama e fortuna, como foi o caso do escritor alemão Wolfgang Goethe, criador do romântico Werther, romance que induzia ao suicídio. A diferença é que os jovens roqueiros que cultuavam a morte foram, eles próprios, os primeiros a morrer no género do rock’n roll alucinante. Agora, a exposição Forever 27, recém aberta na galeria londrina Proud Camden, reúne retratos desses artistas.

Também a morte de Brian Jones permanece um mistério até hoje. Ele foi encontrado morto numa piscina e há testemunhas que afirmam que Brian teria sinais de agressão física. A história nunca foi totalmente esclarecida. Outros artistas que estão na exposição são o cantor de blues Robert Johnson, o guitarrista Dave Alexander (The Stooges) e o baixista Ron McKernan (The Grateful Dead) – repitase, todos mortos aos 27 anos. “É uma mostra que nos força a pensar sobre o efeito da fama e as conseqüências do estilo de vida dos pop stars”, diz o diretor da galeria, Alex Proud. Entre as sessenta fotos expostas há imagens feitas por fotógrafos (renomados no universo da música) como Elliott Landy, Phil Townsend, Steve Double, Jill Gibson e Gered Mankowitz.

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