MONTAGEM SOBRE FOTOS: MARIANO COELHO. AG. O DIA E JOSÉ VARELA

O esquema de segurança dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 tem uma pretensão extra, além de garantir a tranqüilidade de atletas e público: quer evitar a repetição de um trauma recorrente aos grandes eventos do Rio de Janeiro, o do day after, quando o espetáculo acaba e o reforço some. Dos R$ 562 milhões de investimentos previstos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, 70% serão para equipamentos que continuarão na cidade, como 600 carros de polícia e 600 câmeras. “Poderíamos ter uma ação mais barata, saindo após os Jogos, mas optamos pelo conceito mais complexo porque o Brasil precisa aproveitar essa experiência”, diz o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa.

Dez mil homens de fora do Rio cuidarão do evento, liberando o efetivo estadual para manter o policiamento no Estado. Em outras ocasiões, o esforço concentrado em uma área desprotegia o resto do território. Cada região da cidade terá um planejamento de atuação da Força Nacional, não só no entorno das competições mas também em pontos turísticos, vias estratégicas e favelas. Apesar dos números (seis mil PMs, bombeiros, policiais civis e peritos, 2,5 mil policiais federais, 1,2 mil policiais rodoviários, 14 helicópteros e dez motoplanadores), Corrêa diz que não será adotado um esquema ostensivo: “Faremos um policiamento que não prejudicará a essência do evento, que é a convergência dos povos.”

A Agência Brasileira de Inteligência inaugurou na semana passada o Centro de Inteligência dos Jogos. Seu objetivo é prevenir e neutralizar ações terroristas e do crime organizado, com 250 agentes atuando 24 horas. Outro centro, o de Comando e Controle, ficará no prédio da Central do Brasil, junto à secretaria de Segurança, para onde irão as imagens das câmeras dos Jogos. Se a promessa for cumprida, elas continuarão na cidade e o Rio será um permanente big brother.