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Com o intuito de mostrar ao público europeu que a arte brasileira não é "emergente", mas conta com trajetória sólida e diversificada, a galeria Georges-Phillipe & Natalie Vallois apresenta em Paris uma exposição com obras recentes de 14 artistas brasileiros de três gerações. Há desde Luis Zerbini, expoente da Geração 80, até o jovem Henrique Oliveira, que faz uma pintura de dimensão escultórica, com lascas de madeirite. O que não fica claro é a apropriação do título da obra de Hélio Oiticica, Seja marginal, seja herói, para nomear a mostra. Afinal, aqui só se fazem presentes artistas já assimilados pelo mercado. A única razão plausível seria o fato de Oiticica ter virado um sinônimo de arte brasileira no Exterior.
Não muito longe dali, porém distante dos preceitos de Hélio Oiticica, a pintora Luciana Maia Rosa, paulistana residente na França, faz uma individual com 12 pinturas em grande formato. A mostra inaugura um novo espaço cultural na Chapelle du Miracle, capela gótica situada em Avignon, Provence. A conexão da pintura com o espaço se dá pelo viés da história e da espiritualidade. O local foi palco de um milagre no ano de 1320, quando um jovem sobreviveu às chamas da Inquisição. Entre as técnicas utilizadas nos trabalhos, a encáustica, que em grego significa "gravar a fogo".