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Três ativistas recepcionados em Istambul após serem liberados da prisão

 

Todos os estrangeiros detidos durante o ataque israelense à frota humanitária internacional que se dirigia à Faixa de Gaza serão expulsos de Israel, informou nesta terça-feira um comunicado da assessoria do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. "Todos os estrangeiros que estavam a bordo da frota e foram presos serão expulsos na noite desta terça-feira", diz o texto.

Os passageiros são cidadãos da Malásia, Indonésia, Marrocos, Argélia, Paquistão, Kosovo, Iêmen e muitos turcos. A maioria dos países citados não têm relações diplomáticas com Israel, com exceção da Turquia. Entre os estrangeiros, a brasileira Iara Lee. Em entrevista à rede Globo, a cineasta disse que só ouviu os tiros durante a abordagem que terminou com pelo menos nove mortes.

Iara Lee está presa na cadeia da cidade de Beersheva, no sul de Israel, a 80 km de Jerusalém, sem garantias de retorno de seus documentos e passagens. Ela está bem, não foi ferida e recebe ajuda da Embaixada do Brasil.

"Foi uma coisa surpreendente porque foi no meio da noite, na escuridão, em águas internacionais, porque a gente sabia que ia haver uma confrontação, mas não nas águas internacionais", disse ela à emissora.

O ataque militar registrou nove mortos e numerosas reações de condenação em todo o mundo. "As autoridades israelenses nos disseram que nove pessoas morreram. Até o momento determinamos que quatro delas eram cidadãos turcos", afirmou o diplomata, que pediu anonimato. O número pode aumentar, já que o processo de identificação prossegue.

Quarenta e oito ativistas e seis soldados israelenses ficaram feridos. O general Gabi Ashkenazi, comandante do Estado Maior israelense, visitou os militares agradecendo a todos: "cumpriram extraordinariamente a missão que lhes confiamos".

Já os organizadores da frota humanitária anunciaram que continuarão enviando barcos com ajuda para Gaza, apesar das advertências de Israel de que impedirá qualquer quebra do bloqueio imposto ao enclave palestino desde 2007.

"Não permitiremos a chegada a Gaza de embarcações destinadas a abastecer o que se transformou em base terrorista que ameaça o coração de Israel", declarou nesta terça-feira o vice-ministro da Defesa israelense, Matan Vilnai.

 

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Reação internacional

Em reação ao ataque israelense, o presidente egípcio ordenou na terça-feira a reabertura da passagem fronteiriça de Rafah entre Gaza e Egito para aliviar as consequências do bloqueio israelense.

O isolamento diplomático de Israel aumentava nesta terça-feira, com a chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, dizendo que a situação em Gaza é "inaceitável" e que não poderia continuar por mais tempo.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, considerou que "Israel não tinha direito" de atacar a frota: "pelas informações que temos, o ataque foi em águas internacionais, pelo que Israel não poderia fazer o que fez".

"Se os israelenses tivessem levado em conta meu apelo e o da comunidade internacional a levantar o bloqueio de Gaza, este trágico incidente não teria acontecido", declarou à AFP em Kampala o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, teve que encurtar uma visita ao Canadá para retornar logo a Israel, desistindo de um encontro com o presidente americano Barack Obama.

Ao mesmo tempo, a polícia elevou o nível de alerta para enfrentar eventuais "distúrbios" nas cidades de civilização árabe-israelense, depois do apelo da maior organização dessa comunidade a um dia de greve e manifestações.

O Conselho de Segurança da ONU pediu nesta terça-feira uma investigação imparcial do episódio, exigindo a libertação imediata dos civis detidos.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que Israel deve ser "punido" pelo "massacre sangrento" e advertiu o Estado hebreu sobre o risco de pôr à prova a paciência da Turquia.

Israel acusa os militantes pró-palestinos de terem "desencadeado a violência", ao atacar os soldados com facas e barras de ferro.

Os organizadores do comboio dizem que os comandos abriram fogo de forma injustificada.

A imprensa de Israel atacou o que chamou de "fiasco" israelense. "Nestes tempos difíceis, não temos no país nem o primeiro-ministro, nem o ministro das Relações Exteriores; nem mesmo o gabinete, composto em maioria por lamentáveis e inúteis ministros", fulminou o jornal centrista Maariv.
 

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Israel 

Mesmo com pressão internacional, Israel advertiu nesta terça-feira que impedirá que qualquer barco humanitário entre nas águas de Gaza. O governo expressou que vai prosseguir com o bloqueio que impõe à Faixa de Gaza desde 2007, quando o movimento radical Hamas tomou o controle deste território palestino.

"Não permitiremos que os barcos cheguem em Gaza e abasteçam o que se tornou uma base terrorista que ameaça o coração de Israel", declarou na terça-feira o vice-ministro da Defesa israelense, Matan Vilnai.

Mas tiro parece ter saído pela culatra para Israel em todos os aspectos: Turquia, que até pouco tempo era sua principal aliada na região, denunciou a operação como um "ataque sangrento" que deve ser "castigado", e o Egito ordenou a abertura do terminal de Rafah, a única passagem da Faixa de Gaza não controlada por Israel, para o envio de ajuda humanitária e a passagem de doentes.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que precisou encurtar uma visita ao Canadá e cancelar o encontro com o presidente americano, Barack Obama, é esperado em Israel para conter uma grande crise diplomática, causada pelo ataque israelense que deixou nove mortos.

Ao mesmo tempo, a polícia elevou seu nível de alerta para enfrentar eventuais "distúrbios" nas cidades árabes israelenses, após o chamado da maior organização da comunidade árabe-israelense a um dia de greve e manifestações.

No âmbito internacional, os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) realizam nesta terça-feira uma reunião especial solicitada pela Turquia, um de seus membros. Também é esperada uma reunião extraordinária da Liga Árabe no Cairo.

Organizadores da "Frota da Liberdade" garantiram que estão preparando o envio de outros dois barcos com ajuda humanitária para Gaza. Uma das organizadoras, Greta Berlin, informou, entretanto, que a próxima tentativa de romper o bloqueio israelense não ocorrerá antes de alguns dias.

Alternativa

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, ordenou nesta terça-feira a abertura do terminal de Rafah com a Faixa de Gaza, a única passagem do exterior para este território palestino não controlada por Israel, para o envio de ajuda humanitária e a transferência de doentes, anunciou a agência MENA.

Esta ordem ocorreu após um ataque mortífero israelense contra uma frota de ajuda para Gaza, submetida a um bloqueio israelense desde 2007, quando o grupo radical Hamas assumiu o controle do território.

"O presidente egípcio Hosni Mubarak deu ordens de abrir a fronteira de Rafah para permitir que a ajuda humanitária e médica chegue à Faixa de Gaza, assim como para receber casos médicos que precisem do acesso ao território egípcio", destacou a MENA.