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Treze anos separam as filmagens da edição final de Santiago, brilhante documentário de João Moreira Salles sobre o mordomo de sua família, que estréia no dia 24. Salles não gostava da forma como controlou os depoimentos. E, ao retomá-los, faz um filme exatamente sobre a incapacidade de acabar aquele primeiro filme. Santiago, o mordomo, era fascinado pela nobreza e vivia sozinho, mergulhado no mundo da arte e do passado. Imaginava-se em outro tempo e cultuava divas e personagens históricos, verbetes de uma enciclopédia que passou a vida escrevendo. As imagens de Salles não revelam dele mais que essas evocações. Daí, talvez, a insatisfação do diretor. É na discussão dessa impotência que ele resgata da inutilidade o filme e também o personagem.