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“Minha situação é desesperadora”
Sarah Ferguson, duquesa de York

A infidelidade, as gafes e as dívidas de Sarah Ferguson, a duquesa de York, a têm afastado, há quase duas décadas, do Palácio de Buckingham. Separada há 18 anos do príncipe Andrew, o segundo filho da rainha Elizabeth II, Sarah acaba de transformar em campo minado os jardins que a separam da sede da monarquia britânica. Em vídeo feito com câmera escondida, ela aparece negociando “acesso irrestrito” ao ex-marido em um apartamento de Londres. Na gravação, é visível o seu entusiasmo diante da pilha de US$ 40 mil dólares oferecida por um falso empresário para se aproximar do príncipe, que há nove anos é representante do Reino Unido para o comércio internacional e investimentos. Os US$ 40 mil seriam um adiantamento do equivalente a R$ 1,3 milhão que o falso empresário pagaria pela intermediação. Antes de sair do apartamento com o dinheiro guardado em uma sacola preta, Sarah contou ao interlocutor que deixara a família real em nome de sua liberdade. “E essa liberdade significa que não tenho nada”, disse, na mais amena das inconfidências. “Minha situação é desesperadora.”

Famosa por aceitar presentes, roupas e viagens, Sarah já associou seu nome a uma série de atividades caça-moedas, mas jamais havia sido flagrada em situação tão demolidora. “Vulgar, vulgar, vulgar”, escreveu o tabloide “News of the World”, do magnata Rupert Murdoch, que arquitetou o flagrante. Com edições só aos domingos, o jornal vende 2,9 milhões de cópias por semana, mas não inovou na manchete. Foi como “vulgar, vulgar, vulgar” que o antigo secretário particular da rainha, o barão Charteris de Amisfield, já falecido, descreveu Sarah em 1995. À época, ela incomodava a nobreza devido ao estilo espalhafatoso e aos envolvimentos amorosos. Chegara a ser fotografada na França fazendo topless enquanto um administrador financeiro americano beijava um de seus pés.

Antes dos escândalos públicos, as gafes marcaram a passagem de Sarah pela família real. A primeira vez que foi a Sandringham, a propriedade rural de Elizabeth II, ela se atrapalhou tanto ao fazer a reverência à rainha que acabou chutando um dos adorados cães corbis de Sua Majestade. “O chute foi tão forte que daria para imaginar o cachorro voando em direção ao canil real no céu”, relatou a própria Sarah na auto-biografia “Minha História”. Como mulher do príncipe Andrew, ela não teve vida fácil. Durante cinco dos seis anos que durou o casamento, só convivia 40 dias por ano com o marido, que servia como oficial da Marinha fora do país. Como se não bastasse, a estabanada, deselegante e então roliça Sarah era comparada a todo momento com a discreta, chique e esbelta princesa Diana, sua amiga de infância.

Em 1996, Diana saiu milionária de sua separação do príncipe Charles. Sarah, em contrapartida, só tem direito a uma pensão anual equivalente a R$ 39,9 mil, embora seja a mãe das duas filhas de Andrew, as princesas Beatrice e Eugenie. Ainda hoje, aos 50 anos, ela mora no Royal Lodge, a mansão de Andrew. Mas, desde a separação, passa parte do tempo nos Estados Unidos, onde trabalhou durante dez anos como porta-voz da organização Vigilantes do Peso. Além de estar à frente de uma fundação que leva seu nome, Sarah ainda é autora de 27 livros, a maioria infantis. Nenhuma remuneração, porém, aplaca sua tendência para contrair dívidas. Assim que o vídeo feito pelo “News of the World” começou a circular pelo mundo, ela voou para Los Angeles, onde foi homenageada por seu trabalho com crianças carentes. Na quarta-feira 26, apareceu toda faceira na feira de livros de Nova York. “Agora que estou para falar sobre os meus livros, me dei conta de que talvez eu devesse seguir o exemplo deles”, ironizou Sarah.

Neste fim de semana, de volta à Inglaterra, ela vai se encontrar com as filhas e o ex-marido, que não teria nenhum envolvimento com a negociata gravada em vídeo. As perspectivas não são promissoras. O repórter Mazher Mahmoud, que atuou como o falso empresário, armou em 2001 uma arapuca similar para Sophie, a condessa de Wessex e mulher do príncipe Edward, irmão mais novo de Andrew. Só que, ao contrário de Sarah, Sophie, a queridinha da rainha Elizabeth II, não caiu no golpe. Até agora, Sarah não fez nenhuma menção de devolver os US$ 40 mil que já embolsou.

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