Nos últimos dois anos, transformei a minha vida. Dei pequenos e grandes passos que me trouxeram mais realização, paz e plenitude.
Se você me perguntasse qual foi a coisa mais difícil dessa mudança, no começo provavelmente lhe responderia que foi controlar a ansiedade.
Hoje, sei que o maior desafio foi superar o medo.
Por um lado, sei a importância desse sentimento. Sem ele, dificilmente teríamos sobrevivido ou nos adaptado para chegarmos até aqui.
Entre outras coisas, é o sentimento que alimenta a raiva e nos coloca em posição de ataque toda vez que nos sentimos ameaçados.
Mas nossa relação com ele como seres sociais mudou muito. Agora, temos o medo de que não seremos aceitos pelos nossos amigos, de perder nossos empregos e até de ser assaltado.
O medo é tão forte entre nós que temos vergonha de dizer que temos medo (a vergonha, por sinal, é o medo de não estarmos sendo adequados naquele momento). Fechamo-nos em uma armadura de coragem que somente abrimos com pessoas muito íntimas ou no divã.
Ao ignorarmos e empurrarmos o medo para o fundo de nossa consciência, pioramos as coisas. Porque sua voz, embora sufocada, continua lá para incomodar.
A voz do medo é a que lhe diz que aquele seu projeto de vida é impossível de alcançar. Que a vida que você vive é a que você merece. E que equilíbrio e qualidade de vida são coisas de sonhador.
Ou, pior, a voz do medo é aquela que lhe diz que não é seguro andar nas ruas, confiar ou amar as pessoas.
Seus medos foram construídos através de experiências pessoais e seria impossível tentarmos debater cada um deles aqui.
Mas aprendi que somente o fato de reconhecermos nossos medos, colocando-os à luz do dia, ajuda. Ao entendermos o desafio, a solução aparece com mais facilidade.
Sei que reconhecer seus medos requer coragem. Mas quem sabe essa coragem não será a faísca que acenderá seu coração para uma vida livre?
Liberar-se de seus medos é o primeiro e mais o poderoso passo para que possa ter uma vida mais Zen.