Um fenômeno começa a ser observado com maior intensidade no campo das terapias complementares. É crescente o número de crianças e adolescentes que fazem uso de métodos como ioga, acupuntura, meditação ou quiropraxia (técnica que corrige alterações articulares por meio da manipulação manual). Essa onda ocorre no mundo todo. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pesquisa feita pelo Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa (NCCAM), órgão do sistema de saúde do governo americano, mostrou que 12% dos jovens com menos de 18 anos submetem-se a esta categoria de tratamento. Os pesquisadores entrevistaram 9,4 mil adultos, que responderam por seus filhos.

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É a primeira vez que as autoridades americanas investigam o tamanho deste tipo de atendimento. Na opinião dos responsáveis pelo trabalho, os dados são relevantes, principalmente se for considerado o fato de que as crianças tendem a ser mais saudáveis do que os adultos. Portanto, era de se esperar que o total de usuários dos métodos com idade abaixo dos 18 anos não fosse tão grande. “Mas o que vimos foi um número substancial de demanda”, afirma Richard Nahin, coautor do estudo.

No Brasil, não existem dados sobre a procura. Mas na agenda dos consultórios especializados há cada vez mais espaço para crianças e adolescentes. Entre os métodos mais solicitados está a acupuntura. Com resultados terapêuticos comprovados e incluída na lista de opções de tratamentos complementares de instituições renomadas da medicina tradicional, a técnica sofre algumas adaptações quando é aplicada ao público infantil. As tradicionais agulhas são substituídas por laser ou por pequenas esferas de ouro ou prata. Durante as sessões, o laser é disparado nos pontos de estímulo. As esferas também são colocadas nesses pontos, causando efeitos semelhantes aos promovidos pelas agulhas. Na clínica do médico Ruy Tanigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura, há, por exemplo, muitos pacientes mirins portadores de distúrbios do sono. “Muitos pais preferem a acupuntura a um medicamento”, explica. “Eles temem ver seus No Brasil, não existem dados sobre a procura. Mas na agenda dos consultórios especializados há cada vez mais espaço para crianças e adolescentes. Entre os métodos mais solicitados está a acupuntura. Com resultados terapêuticos comprovados e incluída na lista de opções de tratamentos complementares de instituições renomadas da medicina tradicional, a técnica sofre algumas adaptações quando é aplicada ao público infantil. As tradicionais agulhas são substituídas por laser ou por pequenas esferas de ouro ou prata. Durante as sessões, o laser é disparado nos pontos de estímulo. As esferas também são colocadas nesses pontos, causando efeitos semelhantes aos promovidos pelas agulhas. Na clínica do médico Ruy Tanigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura, há, por exemplo, muitos pacientes mirins portadores de distúrbios do sono. “Muitos pais preferem a acupuntura a um medicamento”, explica. “Eles temem ver seus filhos ainda tão jovens usando remédios para dormir.”

Outras alternativas bastante procuradas são a ioga e a quiropraxia. Cada um à sua maneira, ambos os métodos ajudariam no tratamento de muitos problemas ligados ao humor ou melhorariam a coordenação motora, postura e até a disciplina. As crianças de seis a 12 anos que frequentam as aulas de ioga do Espaço Nirvana, no Rio de Janeiro, por exemplo, manifestam boas condições de saúde e bem-estar. As aulas misturam os conceitos e posturas da ioga com jogos teatrais. De forma lúdica, os participantes aprendem habilidades importantes, como poder de concentração e equilíbrio, enquanto se divertem. “O ganho é enorme. Isso as ajuda na vida na escola e em casa”, afirma o professor Antonio Tigre.

No caso da quiropraxia, o benefício pode vir na forma do alívio de dores. Foi o que aconteceu com a estudante Daniele Xavier, 12 anos. Com indicação cirúrgica para tratar uma escoliose, a garota teve o quadro revertido depois de fazer sessões da técnica e deixou de tomar os analgésicos contra a dor. “Isso é possível porque o ajuste da coluna e exercícios de fortalecimento da musculatura promovem esses benefícios”, explica a quiropraxista Nathalia Aukstinaitis.

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Lúdico Tigre e seus alunos Pedro e Raquel (à frente)
e Antonio (atrás, à dir.) e Joaquim.
Na aula, o professor mistura posições da Ioga com brincadeiras

“A ioga ajuda as crianças a desenvolver melhor a concentração e o equilíbrio”
Antonio Tigre, professor

É claro, porém, que os métodos complementares precisam ser encarados como tal, ou seja, são auxiliares e não substituem os tratamentos da medicina tradicional. Isso vale para adultos e crianças. Além disso, muitas das técnicas ainda não foram submetidas a nenhum tipo de investigação científica. Mas a médica Josephine Briggs, diretora do NCCAM, acredita que as conclusões do estudo americano podem ajudar a mudar esse cenário. “Seus resultados reforçam a necessidade de pesquisas sobre a segurança e eficácia dessas terapias”, defende.

“Também é preciso que os responsáveis pelas crianças discutam claramente com seus médicos sobre a inclusão desses recursos durante um tratamento”, recomenda.

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