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O humor do escritor paulista Marçal Aquino contrasta com a trama policial de seus livros. E sua maneira de escrever contrasta mais ainda com a forma com que a maioria dos autores monta os seus textos. “Sou um dos poucos autores a ter originais, não sendo original”, diz ele. Refere-se aos cadernos em que escreve os seus livros – e com letra bonita. “Vejo as cenas em câmera lenta e as descrevo.” Atualmente, Marçal trabalha em Grande circo humano, novela em que um jornalista tomado pelo ceticismo fica amigo de um anão que trabalha em uma grande empresa. Marçal faz também a adaptação para o cinema de Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios – será mais uma parceria com o cineasta Beto Brant. “Cinema é coletivo. Se tenho dúvida sobre um diálogo, converso com o diretor. Já a literatura é solitária”, diz ele.

Casado e pai de uma adolescente de 15 anos, Marçal vive sozinho. Os livros ainda estão espalhados pela casa, e no escritório há muitos CDs — do sambista baiano Batatinha ao grupo inglês Bauhaus. Ele pretende terminar o seu novo livro este ano, mas o tempo de criação varia. Cabeça a prêmio, por exemplo, ficou pronto em 54 dias. “Estava tão concentrado que cortaram até a tevê paga”, diz. Já o último livro levou três anos. O que não muda é a maneira como descobre algumas histórias: andando pelas ruas e observando pessoas.

 

 

 

 

 

 

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