Faz muito tempo que Robin Williams não faz um filme que preste. Steve Martin se afunda em produções de quinta categoria como A pantera cor-de-rosa. Tom Hanks, o astro do riso nos anos 80, agora é considerado um dos melhores atores do mundo – no drama. O mesmo caminho foi escolhido por Bill Murray e Jim Carrey, que vem tentando seu Oscar em longas como Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Os velhos reis da comédia morreram. Hollywood dá boas vindas a seus novos reis. Steve Carrell é um dos coroados mais recentes. Ele tinha feito pequenos papéis até estourar em O virgem de 40 anos, em 2005, que custou cerca de US$ 25 milhões e arrecadou US$ 109 milhões apenas nos EUA. De estilo contido, que lembra Bill Murray, ele apareceu como indicado ao Oscar por Pequena miss sunshine, ganhou o Globo de Ouro pelo seriado The office e agora protagoniza sua primeira grande produção, A volta do todo poderoso, que estréia no Brasil no dia 3 de agosto.

Outro ator que fica famoso tardiamente é o quarentão Will Ferrell. Depois de integrar o elenco do Saturday night live, ele foi o destaque de 2003 com Elf, uma comédia barata que rendeu surpreendentes US$ 173 milhões. Desde então, foi alçado à categoria de superastro. Em Escorregando para a glória (chega ao Brasil em 10 de agosto), ele prova mais uma vez que não tem medo do ridículo ao viver um patinador artístico. A produção arrecadou US$ 118 milhões nos EUA e está na nona posição no ranking de 2007. Já Ben Stiller vem enfileirando sucessos (e também críticas) desde Quem vai ficar com Mary?, dos irmãos Farrelly (1998). Seu tipo simpático, mas um pouco neurótico, destacou-se em produções como Entrando numa fria e bobagens do feitio de Com a bola toda. No ano passado, Uma noite no museu, protagonizado pelo comediante de 42 anos, alcançou mais de US$ 500 milhões em todo o mundo. Por causa disso Stiller foi uma das celebridades que mais ganharam: US$ 38 milhões, superando George Clooney e J.K. Rowling. Em The Heartbreak kid, que estréia em outubro nos EUA, ele volta a se reunir aos Farrelly.

Hollywood colhe grandes lucros com Steve Carrell, Will Ferrell, Ben Stiller e Jack Black. E para o futuro aposta no jovem Seth Rogen

Jack Black ainda não faz tanto sucesso nas bilheterias, mas é o queridinho dos cineastas. Notado pela primeira vez em Alta fidelidade, ele tem sido solicitado por gente conceituada como Richard Linklater (Escola de rock) e Peter Jackson (King Kong). Os seus próximos trabalhos são com Noah Baumbach (diretor do elogiado A lula e a baleia) e Michel Gondry (Brilho eterno de uma mente sem lembranças). E Hollywood já está de olho no futuro com Seth Rogen, o canadense de 25 anos que estréia como protagonista em Ligeiramente grávidos, dirigido pelo mesmo Judd Apatow de O virgem de 40 anos. Numa temporada povoada por tubarões, a comédia é, por enquanto, a sétima maior bilheteria de 2007. “Num verão de grandes blockbusters, Rogen aparece como o único que vai arrebentar com algo novo”, disse o vicepresidente da Sony Pictures, Jeff Blake, à revista Entertainment Weekly. O engraçado é que esses novos reis não se importam em dividir o reinado. Steve Carrell, Ben Stiller, Will Ferrell e Jack Black fazem parte de uma espécie de grupo chamado pela imprensa americana de Frat Pack. Eles sempre trabalham uns com os outros, mesmo que seja em pequenas participações. Carrell, Stiller e Black, por exemplo, aparecem em O âncora, estrelado por Will Ferrell, que, por sua vez, faz ponta em Starsky & Hutch, cuja estrela é Ben Stiller. Agora só falta eles deixarem Seth Rogen entrar nessa gangue do riso.