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YES, WE CAN
Brasileiros poderão investir nas principais
companhias da bolsa de Nova York

Passaram-se 15 anos desde que a primeira empresa brasileira teve suas ações listadas na bolsa de Nova York. Hoje, já são mais de 30 companhias do Brasil no pregão de Wall Street. Mas, enquanto o investidor americano pôde lucrar com o desempenho das ações verde- amarelas, só restou aos brasileiros acompanhar pelo noticiário a valorização dos papéis cotados na NYSE, a principal bolsa de valores do mundo. Isso vai mudar no próximo semestre, quando será possível aplicar na Bolsa de Valores de São Paulo em ações da Apple, do Google e do McDonald’s, entre outros gigantes da economia mundial. Os papéis serão emitidos pelo Deutsche Bank, que já tem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Bovespa para comercializar e custodiar os recibos dessas empresas, chamados Brazilian Depositary Receipts (BDRs). “É uma excelente oportunidade. O mercado americano ainda não se recuperou da crise de 2008 e os ativos ainda estão desvalorizados”, explica Ricardo Nascimento, diretor de custódia do Deutsche Bank no Brasil.

Como a experiência ainda é nova por aqui, a CVM preferiu se cercar de cautela  e não autorizou a compra direta das ações por pessoas físicas. A comissão alega que o investidor brasileiro menos sofisticado não terá acesso às amplas informações que hoje recebe das empresas nacionais listadas na Bovespa. Por isso, somente instituições financeiras, administradores de fundos de investimento e gestores qualificados (com grandes volumes aplicados) estão autorizados a negociar os BDRs na bolsa brasileira. Pessoas físicas só poderão investir por meio de fundos. Já foram escolhidas dez empresas e outras dez estarão incluídas na cesta das estrangeiras até o final do ano, segundo Júlio Ziegelmann, diretor de renda variável da BM&FBovespa.

“Começamos essas operações há 12 anos na Argentina e já temos 217 papéis estrangeiros listados por lá”, diz Nascimento, do Deutsche Bank. O presidente da administradora de recursos do Banco do Brasil, a BB DTVM, Carlos Massaru Takahashi, pondera que ainda não é possível ter uma estratégia imediata para essas ações, por falta de um conhecimento completo. “Mas a diversificação é importante, porque a Bovespa inda é muito concentrada no setor financeiro, de mineração e de commodities”, diz ele. O Banco do Brasil prepara-se para lançar o Fundo Global, em parceria com dois fundos americanos, o Principal e o Alliance. “Vamos primeiro testar com os clientes private bank (com aplicações de mais de R$ 1 milhão). Se der certo, partimos para o varejo”, afirma o executivo do banco.

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