14/05/2010 - 21:00
Marcantonio Vilaça nasceu no Recife em 1962 e ainda adolescente adquiriu a sua primeira obra de arte. A xilogravura do pernambucano Gilvan Samico foi o primeiro item de uma coleção que se tornou uma das mais importantes do Brasil. Na década de 1980, Marcantonio dirigiu a revista “Galeria” e em 1992 inaugurou a galeria Camargo Vilaça, em São Paulo, onde atuou como um dos motores da projeção da arte brasileira no cenário internacional. No primeiro dia do ano de 2000, faleceu aos 37 anos, e em sua homenagem foi criado o Prêmio CNI -Sesi Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas.
A premiação já teve três edições e contemplou 15 artistas, em sua maioria com carreira já estabelecida, mas também revelou talentos até então desconhecidos do público das artes. Segundo o consultor técnico do prêmio, o jornalista Celso Fioravante, tal característica deve-se ao fato de o prêmio abranger a diversidade de opiniões. “A diversidade é uma característica intrínseca do Prêmio, que se pretende plural e democrático e de forma alguma se submete a critérios bairristas. Não é à toa que nas três edições sempre houve um olhar atento à produção de fora do eixo Rio-São Paulo”, comenta.
A nova edição contempla cinco artistas, exibidos na Mostra do 3º Prêmio CNI -Sesi Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, no MA C US P Ibirapuera, desde a quinta-feira 13. Essa é a segunda etapa de uma exposição itinerante, que passa pelos Estados do Rio, São Paulo, Acre, Bahia, Santa Catarina e Goiás. Participam os premiados Armando Queiroz (PA), Eduardo Berliner (RJ), Henrique Oliveira (SP), Rosana Ricalde (RJ) e Yuri Firmeza (CE), que apresentam seus próprios repertórios de suportes variados e diferentes vertentes artísticas. Um exemplo é o paraense Armando Queiroz, que em uma série de trabalhos audiovisuais discute os choques entre o tradicional e o contemporâneo nas sociedades amazônicas (foto). Em seus vídeos, intervenções, fotografias, esculturas e instalações site-specific, o artista trabalha com poesia e desencanto e com as forças e as fraquezas de sua mestiçagem cabocla e suas ambiguidades ocidentais.
