O presidente do Superior Tribunal de Justiça está perplexo com o que está acontecendo no Brasil. Edson Vidigal, o entrevistado das páginas vermelhas desta semana de ISTOÉ, diz que quem abusou de seus poderes tem de responder criminalmente. Mas tem de responder dentro dos princípios e das garantias escritas na Constituição da República. Vidigal defende o Estado democrático de direito, em que não se pode responder à indignação da sociedade perante a corrupção patrocinando, aprovando ou admitindo abusos e ações perversas contra os direitos constitucionais das pessoas. O presidente do influente e poderoso STJ está, com razão, indignado com a falta de bom senso reinante. Para ele há que se fortalecer o Estado de direito e isso passa pela moralização dos costumes políticos. “Não é cassar dois ou três. É botar para fora, escorraçar 50, 60, 80, quantos estejam no exercício indevido de um mandato, obtido de alguma forma malandra.”

Em sua entrevista, Vidigal ataca também o uso abusivo, indevido, das escutas telefônicas – os chamados grampos, que acabam fornecendo matéria-prima
para o crescente comércio de dossiês. Em meio à turbulência que atravessa o
País, a entrevista do presidente do STJ é uma excelente contribuição à fundamental recuperação da ética e do bom senso.