Comportamento

Crianças na Malhação
Academias oferecem musculação, treino de corrida e até personal kids para os pequenos.

Renata Cabral

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Tem de malhar! Tem de malhar! O bordão que adultos ouvem o tempo inteiro agora soa também nos pequenos ouvidos de quem mal começou a andar. Crianças estão freqüentando academias, e não só para as tradicionais aulinhas de balé, judô e natação. A partir de quatro anos, é possível fazer escalada, aulas de vários esportes e até ter um personal kids. Com oito, há quem pratique ginástica e musculação, embora muitos médicos não aprovem. Para os especialistas, o exercício na infância é positivo, sobretudo porque as crianças têm passado tempo demais em casa.

Mas as novidades têm de ser propostas em meio a brincadeiras e por profissionais qualificados, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia da regional do Rio de Janeiro, César Fontenelli. "O desenvolvimento ósseo, neurológico e orgânico deles ainda não está completo e lesões podem causar danos para toda a vida", explica.

Rebeca Alves, 10 anos, começou cedo na malhação. Desde seu primeiro ano de vida ela freqüenta aulas de ginástica olímpica. No ano passado, passou a fazer um tipo de fitness infantil, na A!Body Tech, no Rio, que intercala ginástica, corrida, alongamento e musculação.

"Gosto da mistura de exercício com brincadeira", diz. Segundo a professora Mirela Barros, o objetivo da aula, voltada para alunos de 8 a 13 anos, não é turbinar músculos, mas promover consciência corporal. "O ganho de força é conseqüência", afirma. Na academia Estação do Corpo, psicomotricistas fazem as vezes de personal kids para crianças de até 7 anos.Eles trabalham com recursos lúdicos e utensílios de gente grande adaptados para o público infantil, como sacos de boxe, bolas de pilates e tecidos usados em acrobacias.

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Para o professor de educação física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alex Pina, esportes de alto impacto podem trazer benefícios para as crianças. A corrida, por exemplo, é uma paixão que o diretor comercial de uma empresa de navegação carioca, Mario de Góes, transmitiu ao filho João Gabriel, 9 anos. "Tento dar opções para ele escolher seu esporte preferido mais tarde."

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