Foi dada a largada para a Copa do Mundo do Automobilismo, o Grande Prêmio A1. A nova categoria é invenção do sheik Maktoum Hasher Maktoum al Maktoum, membro da família real de Dubai, nos Emirados Árabes. Herdeiro de fortuna incalculável, há dois anos ele iniciou o audacioso projeto, com o apoio de pilotos e ex-pilotos de todo o mundo. O ineditismo desse Grande Prêmio está no fato de que quem concorre são países e não pilotos e escuderias. Com dois carros idênticos cada uma, serão 25 nações a competir. A temporada começa em setembro na Inglaterra e vai até março do ano que vem. Ou seja, não coincide com as temporadas da Fórmula 1 (F-1). “Era preciso fazer algo para que as equipes do mundo todo pudessem participar com a mesma potência, porque é mais fácil cair um relâmpago na cabeça do que participar da Fórmula 1. Pensei na primeira vogal e letra do alfabeto e criei o A1 Grand Prix”, conta o sheik, que se apressa em explicar que o custo da brincadeira é baixo. “Cerca de 10% dos gastos da F-1”, diz. Ninguém fala em números, mas sabe-se que a nova categoria, aprovada pela Federação Internacional de Automobilismo, pode ser comparada à GP2 Series, que substituiu a Fórmula 3000 e custa por temporada algo em torno de US$ 4 milhões.

Negócios – Outros abonados, além do sheik Maktoum al Maktoum, abriram
suas carteiras para incentivar a copa do mundo dos motores. O dono da equipe brasileira, o A1 Team Brasil, é Ronaldo Nazário de Lima, o Fenômeno dos
gramados e das polêmicas com lindas mulheres. Ele não diz quanto já investiu, embora admita que, como um bom negociante, espera lucros. De qualquer modo,
de Copa do Mundo ele entende! O ex-piloto e bicampeão mundial de F-1 Emerson Fittipaldi é o diretor técnico e também tem participação na equipe. Juntos, o Rato – apelido de Fittipaldi – e o Fênomeno vão escolher os jovens pilotos brasileiros. Por enquanto, garantem, nada decidiram. Sabe-se, no entanto, que já foram procurados por Luciano Burti, piloto da Stock Car V8. A premiação por etapa é de US$ 1 milhão. “Essa categoria privilegia o piloto, já que os carros são idênticos. Nosso projeto é criar condições para que os jovens se destaquem no automobilismo mundial”, ressalta Fittipaldi, um dos mais eufóricos com a novidade. Todos os carros têm chassis da marca Lola, motores Zytek de 550 cavalos de potência e pneus Avon.
O modelo do carro verde-amarelo foi apresentado, na quarta-feira 29, em São
Paulo, durante festa de lançamento.

Além da equipe canarinho, já está confirmada no Grande Prêmio a participação de países ainda virgens em competições automobilísticas, como o Paquistão. Pobres e ricos estarão em pé de igualdade nas pistas. A abertura da competição está marcada para 25 de setembro no circuito britânico de Brands-Hatch. Cada temporada terá 12 circuitos em 11 países (o Brasil não está incluído). “A A1 seria uma alternativa nos intervalos entre as temporadas da F-1”, disse o sheik. Ele diz ainda que as etapas do A1 GP serão “diversão para toda a família”. Os treinos livres serão às sexta-feiras, a classificação aos sábados e, aos domingos, serão disputadas duas provas, uma de 15 a 20 minutos e outra de 40 a 60.

Três emissoras de tevê já se mostraram interessadas em transmitir o evento no Brasil, mas o sheik diz que ainda é preciso negociar muito antes de fechar a questão. Ele espera audiência de mais de impensáveis três bilhões de espectadores no mundo todo ao longo da temporada. “O A1 Grand Prix lança um novo conceito. Isso será grande, maior do que qualquer pessoa espera”, vislumbra Maktoum al Maktoum, que procurou pessoalmente os patrocinadores para apresentar o ousado projeto. O Fênomeno, claro, topou logo. Aceleeeeeera, Ronaldo!