Tanto amor pelo Brasil não poderia dar
em outra coisa. Naomi Campbell será
cidadã carioca. A Assembléia Legislativa
do Rio de Janeiro deve entregar o título à
modelo até o final de julho. E não é por
acaso. A musa internacional é figura
constante na cidade, onde desembarca
duas vezes por mês. “Aqui é minha segunda casa”, diz. Seu endereço favorito é o Porcão. Começa com uma caipirinha e quase sempre pede uma picanha. “Nunca vi ninguém tão desesperado pela nossa comida”, conta a amiga Érica Mares Guia. No ano passado, em Nova York, ela teve um ataque de saudosismo: queria pão de queijo. As duas terminaram no restaurante brasileiro Plataforma, em Manhattan.

A pedido de seu pai, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, Érica apresentou a modelo ao presidente Lula. O encontro, em abril, era só uma visita de cortesia. Mas Naomi tratou de colocar em prática um novo projeto, mostrando um outro lado de sua personalidade. A modelo, que já reconheceu em entrevistas que o seu mau humor freqüente era fruto do uso de drogas, está redesenhando o seu perfil. Ligou para o estilista Amir Slama, da grife Rosa Chá, e encomendou camisetas com os dizeres “We love Brazil” (Nós amamos o Brasil). Foi uma troca de gentilezas, já que tinha emprestado seu nome a uma coleção de Slama. “A venda das camisetas beneficiará instituições brasileiras que atendem crianças. Bono Vox e Calvin Klein ajudam a campanha no Exterior”, diz Naomi.

Versátil – Fora das passarelas, Naomi é promotora de eventos. Os clientes de
sua empresa, a NC Connects, surgem sempre dos lugares por onde passa. “Ela
faz negócios até em sua festa de aniversário”, confirma Érica, que, em maio, ficou impressionada com a quantidade de famosos que comemoraram os 35 anos
da bela em Cannes, na França.

Para a socialite Ana Paula Junqueira, mais do que tino empresarial, Naomi é
versátil e tem jeito para tudo. Ela atuou em filmes de Spike Lee, em clipes de
Michael Jackson e George Michael e fez sucesso no Japão num dueto com o
cantor Toshi Kubota. Também se arriscou perigosamente nas letras com o livro
de suspense Swan. “A alma dela é brasileira”, diz Ana Paula. Parece mesmo.
“Não penso em morar no Brasil, mas já ensaio palavras e frases em português”, conta a top. Talvez isso ajude a entender por que, apesar dos 20 anos de carreira,
ela desbancou beldades nacionais para estrelar comerciais da Vivo e das
Havaianas no ano passado.