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Jimmie, um americano de 50 anos, nunca teria imaginado que o homem sentado tranquilamente a seu lado no avião que decolaria com destino a Dubai era o responsável pelo atentado frustrado com um carro-bomba em Times Square, centro de Nova York
"Uma autoridade subiu no avião e disse que havia um problema com as malas dele. Ele foi levado e não voltou mais", contou Jimmie ao desembarcar em Dubai a bordo do voo da Emirates procedente de Nova York, na madrugada desta quarta-feira.

"Sabia que ele estava acabado", completou o homem natural de Atlanta, Georgia, que estava sentado ao lado de Faisal Shahzad, o paquistanês naturalizado americano que foi detido pouco antes da decolagem.

"O comandante anunciou que um dos passageiros tinha que desembarcar por motivos de segurança", declarou Azza al-Majd, mãe de família libanesa de 38 anos que estava no mesmo voo.

Os passageiros passaram quatro horas intermináveis no avião, antes de desembarcar para um controle de segurança.
"Fomos tratados como reféns. Inclusive, quando alguém queria ir ao banheiro, era acompanhado por um agente de segurança", reclamou Amani Hamno, uma jordaniana de 33 anos.

"Um oficial de segurança nos disse que tudo estava relacionado ao incidente de Times Square", acrescentou.

O avião da companhia Emirates com destino a Dubai deveria decolar do aeroporto John F. Kennedy na segunda-feira pouco antes de meia-noite quando, no último minuto, as autoridades pediram à tripulação que aguardassem porque Shahzad estava a bordo.

Muitos passageiros só entenderam o que aconteceu quando foram obrigados a descer do avião.

"Depois de ter assistido a CNN no terminal do aeroporto, alguns passageiros se negaram a subir no avião", declarou Ahmad, 28 anos, morador de Nova York.

Segundo uma fonte da Emirates, Shahzad tinha uma passagem apenas de ida para Islamabad.

A companhia informou na terça-feira que três passageiros foram retirados do voo pelas autoridades americanas como parte da investigação da tentativa de atentado de Times Square.

Mas nesta quarta-feira, um comunicado da empresa retifica a informação e afirma que apenas um passageiro foi detido e que os outros dois, após verificações, foram autorizados a partir no voo, que chegou a Dubai às três da madrugada, com mais de sete horas de atraso.
Shahzad, 30 anos, admitiu envolvimento no atentado frustrado de Nova York e será processado por terrorismo, segundo as autoridades americanas.

Segundo Michael Balboni, antigo funcionário dos serviços de segurança do estado de Nova York, o suspeito estava muito tranquilo e não provocou problemas.