O técnico Carlos Alberto Parreira tinha nas mãos o mais badalado e talentoso grupo do mundo. Mas a falta de pulso, a indecisão, a soberba, as concessões aos veteranos e um frouxo esquema de marcação levaram à eliminação prematura na Copa. Por isso, é quase certo que ele puxará, com a sua saída, a fila da renovação para o projeto Copa 2010, na África do Sul. O técnico faz mistério. Diz que só vai decidir numa conversa com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, após a final do domingo 9. Mas se traiu ao deixar escapulir numa entrevista a frase “quem for pegar o barco”. Teixeira já sondou Vanderlei Luxemburgo, do Santos, e Paulo Autuori, do São Paulo. Há boatos de que procurará também Felipão, mas as chances de ele aceitar agora são pequenas.

Atrás de Parreira deixarão a Seleção alguns ícones da geração que conquistou o penta na Coréia do Sul e no Japão. O novo técnico terá pela frente a missão de construir, em torno de jogadores como Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Robinho, Cicinho e Fred, um grupo que volte a combinar talento e disposição para disputar cada jogo com os adversários. O que se viu na Alemanha, com raras exceções, foram jogadores inflados pelo sucesso dos últimos meses e iludidos de que poderiam ganhar de qualquer um, a qualquer hora, sem nenhuma esforço. Zinedine Zidane e sua esforçada e bem comandada orquestra provaram que eles estavam errados.