Eu já vi de tudo em palanque político-eleitoral, mas tenho de reconhecer: Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, é imbatível nos quesitos baixeza e estupidez. Em Brasília, durante as manifestações do Dia da Independência, o amigão do Queiroz, diante de uma verdadeira multidão e ao lado da esposa Micheque, ops!, Michelle, e do caricato Véio da Havan, falando sobre as mulheres e enaltecendo a sua (e atual) – aquela que recebeu 90 mil reais de um casal de milicianos -, iniciou um coro em reverência a si próprio, verdadeiro ou não, pouco importa, de extremo mau gosto: “imbrochável, imbrochável, imbrochável” (5x).

Sim, meus caros, e principalmente minhas caras, o presidente da República, em busca da reeleição, atrás nas pesquisas de intenção de voto, sobretudo dentre o estrato feminino da sociedade, achou por bem, repito, seja verdade ou não, enaltecer sua virilidade e potência sexuais, expondo de forma absolutamente constrangedora sua esposa, acreditando, sabe-se lá o motivo, que as mulheres brasileiras – em milhões de casos, verdadeiras chefes de família – estão mais preocupadas com sua performance sexual (de Bolsonaro) do que com a segurança alimentar, a saúde e o bem-estar de seus filhos.

O mar de gente que ouvia as frases desconexas do “mito”, em delírio, repetia: “imbrochável, imbrochável, imbrochável”. Eis aí, queridos leitores, a grande qualidade que buscam os milhões de fanáticos bolsonaristas, curiosamente, o chefe de um governo onde abundam, financiados pela nossa grana, obviamente, Viagra e próteses penianas para os brocháveis das Forças Armadas. Mas, se querem saber, faz sentido! Só mesmo com muita potência e virilidade para f**er com tamanha força um país. Para auxiliar um vírus a matar 700 mil pessoas. Para nos atirar numa monumental crise social, política e econômica.

Se Bolsonaro é, ou não, imbrochável com a dona Micheque, só ela pode dizer. Mas que é imbrochável na grosseria e na baixaria; na dissimulação e no diversionismo; na ignorância e na incapacidade; na desfaçatez das rachadinhas e dos 107 imóveis comprados, como é mesmo?, em moeda corrente, hahaha, isso ele é; e com louvor! Sem falar na virilidade com que formou tamanho patrimônio imobiliário. Dinheiro vivo é o grande afrodisíaco do “mito”. E cerca de 110 milhões de mulheres brasileiras, sendo 82 milhões de eleitoras, são, digamos, suas buchas de canhão (no sentido político-eleitoral).

Mais de 200 mil pessoas saíram às ruas de todo o País, não para celebrar a independência do Brasil, mas para cultuar uma figura grotesca, patética, que representa, como poucos, a mediocridade de gigantesca parcela da sociedade brasileira. Inclusive, de mulheres que não se importam em ser tratadas como meros depósitos de falos supostamente viris. Se eu fosse uma delas, não teria coragem de olhar para um filho, ou uma filha, e me sentir digna da maternidade, pois a sujeição a alguém como Bolsonaro implode a dignidade e a ética de qualquer um, ou melhor, de qualquer uma. Que vergonha, meu Deus do céu. Que vergonha.